Protocolo de calor do Rio é resposta a clima, mas ainda não foi posto à prova
10 min readEm junho deste ano, a prefeitura do Rio de Janeiro deu sinceridade a singular cerimónia de níveis de ardor. Com cinco escalas, a norma é utilizada para inculcar a população a sustar atividades externas e sondar por pontos de refrescamento em dias com subida têmpera e umidade. O rente prevê até o cancelamento de eventos com grandes aglomerações.
Camareiro em resposta às sucessivas ondas de ardor que vêm atingindo o Rio – e que se tornaram mais frequentes nos últimos anos –, o cerimónia, todavia, ainda jamais foi colocado à mostra. Nenhum facto chegou a ser cancelado por berço do ardor porque a cidade jamais alcançou os níveis mais críticos a partir de que foi lançado.
Para especialistas, a norma é bem-vinda, porém possivelmente tenha tardança ademais para ser implementada. É o que avalia Eduardo Manoel Rosa Bulhões, formador do andamento de geografia da Universidade Federalista Fluminense (UFF).
O docente relembra a melodia de Fernanda Abreu Rio 40 graus, lançada em 1992. Para ele, embora seja uma metáfora ao estilo de bibiografia efervescente do carioca, a cantiga já alertava que a cidade do Rio de Janeiro enfrentava altas temperaturas no estio há mais de 30 anos.
“A gente já conhece isso [o calor extremo]. O Rio de Janeiro tem centros de investigação, tem notícia, tem dados. Contudo uma quinhão das nossas iniciativas, infelizmente, é motivada após que acontece singular evento mais plebeu”, critica o formador.
Ele se refere à estiolamento de Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, durante o show da cantora estadunidense Taylor Swift, em novembro do ano pretérito. Na data, a cidade registrou impressão térmica de 60 °C.
De contrato com o formador Marcos Freitas, do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig), da Coppe/UFRJ, as temperaturas têm ficado até 5 ºC mais altas nos picos de ardor nos últimos dezena anos no Rio, na verificação com a dez passo. “Os extremos do clima estão se acelerando”, alerta ele.
O cerimónia leva em cálculo o index de ardor – que é calculado a abalar da umidade relativa do fisionomia e a têmpera – para modificar os níveis em que se encontra a cidade. A abalar desse produto, é estabelecida quais serão as ações adotadas.
Por que isso importa?
- A estiolamento da adolescente Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, durante o show de Taylor Swift em 2023, foi singular exemplo explícito e de espaçoso eco dos perigos das ondas de ardor.
- O evento serviu de alerta para a obrigação do domínio público e particular adstrito à população durante esses eventos.
No nível 1 do cerimónia, a cidade do Rio de Janeiro continua com a sua uso usual, pois jamais há riscos à saúde da população.
Quando o nível é classificado em 2 ou 3, com índices de ardor que variam de 36 °C a 40 °C, o Meio de Operações Rio (COR), órgão operacional da prefeitura que reúne dezenas de secretarias municipais e estaduais, passa a exprimir alertas a respeito de riscos de oração solar.
Isso aconteceu pela primeira turno no dia 26 de setembro, quando a têmpera rifão chegou aos 38 °C e a umidade relativa do fisionomia ficou entre 21% e 30%. Nesse cenário, a cidade do Rio de Janeiro foi classificada com o nível de ardor 2 (NC2).
De contrato com o cerimónia, no NC2 o cotidiano do carioca jamais chega a ser afetado, porém é precípuo avisar a população a respeito de possíveis riscos de oração ao ardor, por canal de redes sociais, prensa, aplicativo do COR e canais externos de difusão.
“Nunca é solitário o index de ardor que importa, porém o período que a população vai estar exposta àquele ardor”, explica Gislani Mateus, encarregado de vigilância e saúde da Repartição Municipal de Saúde (SMS) do Rio.
Unicamente a abalar do nível 4, quando o index de ardor fica entre 40 °C e 44 °C, estão previstos cancelamento ou reagendamento de eventos e orientações para que a população busque por áreas mais frescas, de contrato com o COR. “Neste nível igualmente poderá possuir a paralisação de atividades realizadas em áreas externas para passagem para espaços sombreados ou internos.”
Uno erecção terminado pela SMS a respeito de as condições climáticas do Rio nos últimos 11 anos observou que a cidade seria classificada com os níveis de ardor NC4 e NC5 em sete ocasiões. Todas elas ocorreram entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, o que indica que a cidade tem enfrentado ondas de ardor ourela com mais frequência e em curtos intervalos.
Uma dessas ocasiões foi precisamente durante o show de Taylor Swift, quando Ana Clara Benevides morreu.
Se estivesse em pujança, cerimónia teria cancelado shows da Taylor Swift no Rio
Segundo o laudo perito do Instituto Galeno Lítico (IML) do Rio de Janeiro, a berço da estiolamento de Benevides foi por “exaustão térmica por oração difusa ao ardor”, ou seja, o condição de estresse corporal em dom das altas temperaturas que comprometem o funcionamento do corpo.
Segundo Marcus Belchior, 47 anos, dirigente executivo do COR, se o cerimónia estivesse em pujança a partir de o ano pretérito, o nível 4 – penúltimo aprendizagem – teria sido aplicado na semana dos shows de Taylor Swift.
“[No dia seguinte à morte da jovem] Quem cancelou o show foi a cantora. No segundo dia, o prefeito ia incluir a mão no telefone e orar: ‘Nunca vou elaborar porque eu jamais quero’. Se ele tomasse essa ação, seria uma ação extremamente política. Hoje nós temos singular cerimónia [para justificar a medida]”, afirma Belchior.
“Poderia possuir sido evitada”, argumenta Bulhões a respeito de a estiolamento da adolescente, evento o cerimónia de níveis de ardor estivesse em pujança naquela estação. “Nunca que as pessoas nulo largar de expirar por berço disso, porque tem gente que, mesmo com nível de alerta, mesmo com notícia que a prefeitura vai elaborar, vai se mostrar ao linha”, complementa.
“A gente, de vestuário, ainda jamais passou por singular teste de queima, digamos assim, a respeito de essa política pública. Contudo, no papel, ela parece muito congruente”, avalia.
No dia 12 de setembro deste ano, às vésperas do Rock in Rio, a imprescindível fluminense registrou 41,1°C de têmpera, a mais subida do inverno de 2024. No entanto, a classificação de linha jamais foi alterada e alertas jamais foram emitidos à população porque a umidade relativa do fisionomia estava baixa, o que jamais causaria o desconforto térmico definido velo cerimónia de ardor.
Uma vez que quinhão das medidas aplicadas depois a estiolamento da adolescente na fileira do show de Taylor Swift, a prefeitura do Rio de Janeiro obrigou grandes eventos a disponibilizar chuva gratuitamente ao público, o que aconteceu durante o Rock in Rio.
Cerimónia jamais é regionalizado
Uma das críticas feitas ao cerimónia é que ele jamais é regionalizado e considera singular index de ardor ímpar para a cidade inteira, o que pode levar a uma distorção, já que os bairros registram condições bem diferentes. Na zona ocidente carioca, Guaratiba costuma anotar as antepassados sensações térmicas da cidade. Em março deste ano, a fronteira foi de 62,3 °C, segundo o Alerta Rio. A Escritório Pública ouviu professores e alunos de escolas na distrito, que dizem se sentir anexo de uma “sauna”.
“Se além [em Guaratiba] bateu 60 °C [de sensação térmica], em outras regiões da cidade ficou entre 45 °C e 50 °C”, afirma Marcos Freitas, da Coppe/UFRJ.
Pela amplidão térmica, em cargo da geografia da cidade, Bulhões avalia que o cerimónia deveria ser analisado regionalmente, porquê o Rio de Janeiro tem território largo e pode suportar influências climáticas diferentes.
“Algumas áreas da cidade têm singular sujeito de circulação de ventania e outras áreas, mais centrais, têm outro sujeito. E existem as ilhas de ardor”, comenta.
Segundo Bulhões, a complicação geográfica do Rio de Janeiro é singular repto, igualmente para a implementação dos protocolos regionalizados. “O lugar civilizado é recortado por dois maciços costeiros e há uma alternância entre áreas à litoral, áreas em encostas, áreas adstrito à baixadas litorâneas”, avalia.
“Porventura seja precípuo que os protocolos climáticos atuais e futuros sejam regionalizados, porém para tal há agência de uma pedestal de dados e informações de solução refinada. No evento do cerimónia de níveis de ardor, por exemplo, seriam necessários equipamentos e modelos computacionais que deem cálculo dessa complicação. Nunca tenho muitas dúvidas que a cidade pode evoluir para isso”, diz Bulhões.
Belchior explica que hoje jamais tem uma vez que instituir singular nível de ardor para unicamente uma distrito. “É uma permuta automatizada, que se dá em todo o território da cidade.”
A encarregado em vigilância e saúde da SMS, Gislani Mateus, afirma, no entanto, que a prefeitura e outros órgãos de monitoramento climatológico têm pontos de coleta de dados espalhados velo município e que “tem, afirmativo, uma alvitre [sendo analisada para a política tornar-se regionalizada]”.
Rio registra segunda maior seca em dezena anos
No dia 12 de setembro deste ano, em Santa Cruz, na zona ocidente do Rio, a umidade relativa do fisionomia chegou a 10%, index aquém dos parâmetros médios de regiões áridas uma vez que o abandonado do Saara, que gira em torno de 12%.
O fenômeno é incomum para o Rio de Janeiro, que é uma cidade litorânea e rodeada pela Brenha Atlântica. Essa foi a segunda turno, em dezena anos, que os índices ficaram em tal grau baixos na imprescindível fluminense, de contrato com o COR. A outra ensejo foi em 18 de setembro de 2023, quando a umidade relativa do fisionomia ficou igualmente na lar dos 10%.
A diferença impõe prejuízos para a jeito do fisionomia, que tem atingido índices baixos nos últimos anos. “A gente jamais tinha isso antes no Rio de Janeiro. Minha aposta é que a gente vai debutar a possuir outros invernos secos”, respeito Bulhões, que retém que seja aio igualmente singular cerimónia para a jeito do fisionomia.
Belchior disse à Pública que o fenômeno atípico gerou singular alerta na equipe de meteorologistas do COR, que passou a averiguar meios de monitorar e engendrar protocolos para a baixa umidade.
“Nós somos uma cidade litorânea, a gente jamais sofreu isso na bibiografia”, afirma. “É singular vestígio de que está acontecendo alguma coisa no astro e que precisamos nos aprofundar no ponto para o evento de isso intercorrer novamente”, complementa.
Arborização da cidade entra na tarifa dos principais candidatos
Uma vez que feição de suavizar as altas temperaturas que castigam a cidade do Rio de Janeiro, os candidatos à prefeitura têm, em sua maioria, investido em propostas de arborização dos bairros.
“Para a cidade permanecer mais fresca, menos agressiva em têmpera, ela tem que estar mais virente. Quanto menos virente, maior o efeito de ilhéu de ardor”, explica Marcos Freitas.
Para a zona setentrião da cidade, o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) – que é o fiador pela implementação do cerimónia de ardor –, propõe em seu rente de gestão o projeto “ZN Virente”, que prevê o plantio de mudas pelos bairros mais quentes da distrito.
Paes promete igualmente instalar mais sirenes pelas comunidades do Rio de Janeiro para advertir os moradores em casos de riscos de enchentes e deslizamentos de terreno, excepto inventar singular programa de reassentamento de populações ribeirinhas.
O concorrente Alexandre Ramaria (PL), parlamentário federalista e ex-diretor da Escritório Brasileira de Lucidez (Abin) do gestão de Jair Bolsonaro, igualmente promete áreas verdes.
“É precípuo implementar programas de reflorestamento nas áreas degradadas, mormente nas encostas da cidade e nas margens de rios, utilizando espécies nativas. A aumento da geração e manutenção de parques e áreas verdes na cidade é vital, garantindo que sejam espaços acessíveis e atrativos para a população, promovendo a conservação da biodiversidade”, escreveu em seu rente de gestão.
O candidato do PSOL, Tarcísio Motta, igualmente sugere uma vez que política municipal de atenuação dos impactos das ondas de ardor a arborização da cidade, começando pelas regiões mais quentes do Rio. O projeto-base usado na alvitre de campanha do psolista é o Liso Diretor de Arborização Urbana (PDAU), aio em 2015, que ele sugere que seja revisado.