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Ex-dependente que perdeu tudo muda de vida vendendo revista na rua; recomeço! - Mundo News
18 de Janeiro, 2025

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Ex-dependente que perdeu tudo muda de vida vendendo revista na rua; recomeço!

4 min read
Samuel Bezerra é um ex-dependente químico, que chegou a perder tudo, mas viu a vida mudar da água para o vinho depois de conhecer um projeto...

De volta para Brasília, passou a vigiar carros. Sob um sol escaldante começava às 7, no Setor Mercantil Sul. Os negócios iam muito, mas ele queria mais.

Tentou retornar ao ofício de pedreiro, mas a pilar já não dava conta. Sem tarefa, entrou em depressão. Depois vieram as drogas, álcool, maconha, cocaína e por termo, o crack.

“Perdi a credibilidade”

A vida nas ruas não era fácil. Em entrevista à Revista Traços, Samuel disse que chegava a fumar 12 baseados por dia. O álcool também era um companheiro muito presente. “Eu tomava 15, 20 pingas por dia.”

O rebento, que antes dormia debaixo do seu braço, já não estava mais presente. Deprimido, viciado e sem família, Samuel chegou a ter três overdoses e um coma alcoólico.

Um dia, decidiu que acabaria com tudo. Despediu da muchacho e amarrou uma corda no próprio pescoço.

Ainda não era a hora

Mas o orientação reservava coisa melhor, não era a hora de partir.

Samuel acordou com a ex-esposa batendo em seu peito. “Eu acho que já tinha morrido, acordei com minha ex me dando soco no peito e gritando: ‘volta paixão, não morre não. Aì eu vi a faca que ela tinha usado para trinchar a corda, e pedi para ela me matar.”

Foram oito meses de tratamento depois do susto. Ao todo, 23 comprimidos por dia. Tudo ia muito na recuperação, mas a primeira recaída chegou.

Na segunda, ele se viu sozinho novamente. A esposa desistiu de lutar ao lado do parceiro. O ciclo de vulnerabilidade recomeçou e o álcool e as drogas se tornaram companhia, mais uma vez.

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Reescrevendo a história

Sem zero, decidiu pela segunda tentativa de suicídio. Em frente a um regato de águas rasas estava pronto para se atirar, mas sentiu a mão de Deus o empurrando para trás.

Dessa vez ele não iria desperdiçar a oportunidade. Catou latinha, vendeu geladinho, projéctil, pirulito e paçoca.

Até que um dia conheceu o trabalho social feito pela revista.

“A Traços é minha segunda mãe, é meu segundo pai. Ela me acolheu. Na primeira vez que fui ao escritório eu cheguei chorando, com os nervos à flor da tinha, tinha me separado há pouco tempo, não tinha tarefa, era aquela martírio”, contou.

“Nessa era eu chorava tanto que vivia com os olhos vermelhos. Morava com minha mãe, e às seis horas da manhã eu saía de vivenda dizendo que ia espiolhar latinha, mas eu ia pra rua chorar”, disse.

Com o resultado das vendas da revista na rua, Samuel conseguiu quantia para alugar uma quitinete em Águas Claras, pertinho do rebento.

Já no segundo mês trabalhando para a revista, comprou uma bicicleta usada para João, de 9 anos.

“Divisor de águas”

E as coisas seguiram melhorando. Para ele, a Traços representa a mudança.

“A Traços foi um divisor de águas. Eu estava há nove meses sem trabalhar. Hoje eu consegui minha autonomia financeira, tenho um quantia no bolso, é pouco, mas levo o meu rebento para lanchar, manducar pizza, visitar o zoológico. O João tá conhecendo um faceta totalmente dissemelhante, um pai amoroso. Eu falo pra ele dez vezes por dia: “Rebento, eu te senhoril”.

A vida de vulnerabilidade teve termo e hoje, Samuel aprendeu a valorizar as pequenas coisas, agradecendo por tudo.

“Eu antes reclamava da chuva,reclamava do sol, até da minha sombra eu reclamava. Eu nem percebia que os pássaros cantavam! Hoje vejo que a vida é bela. A gente pensa que ela é difícil, mas não, ela é até muito fácil, a gente é que complica. Tendo o manjar e o lugar para resfolgar, já tá bom demais. Eu não preciso de muito quantia,se eu tivesse muito quantia ia precisar marchar com seguranças.”

Planos para o horizonte

E os planos para o horizonte estão a todo vapor. Há seis meses por razão das drogas, ele quer voltar a estudar e fazer uma faculdade.

Uma vez que profissão, quer se tornar Assistente Social ou Psicológico, profissão que, segundo ele mesmo, pode abraçar as pessoas porquê ele hoje se sente adoptado.

Revista Traços

Desde 2015, em Brasília, a Revista Traços trabalha para que histórias porquê a do Samuel se tornem regra.

Por meio da geração de um ciclo de geração de renda e lucro de autonomia para pessoas em situação de vulnerabilidade, o periódico, em 2021, também criou raízes no Rio de Janeiro.

Os exemplares da revista custam (R$ 10) e são vendidos pelos Porta-Vozes da Cultura, porquê Samuel.

Do valor, sete reais (R$ 7) vão diretamente para as mãos do trabalhador que efetuou a venda. Os outros três reais (R$ 3) ele utiliza para comprar ainda mais exemplares.

Conheça um pouquinho da história de Samuel:

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