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“A gente cochichava”: dono de posto da Lava Jato fala sobre grampo ilegal na cela - Mundo News
20 de Dezembro, 2024

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“A gente cochichava”: dono de posto da Lava Jato fala sobre grampo ilegal na cela

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Carlos Chater presenciou momento em que Youssef achou grampo da PF; Após 10 anos, STF reconhece...

No dia 11 de abril de 2014 uma foto do doleiro Alberto Youssef com um aparelho de grampo na superintendência da Polícia Federalista, em Curitiba (PR), estampou as páginas de jornais e sites de notícias em todo o país. Nela, Youssef aparecia vestido com uma roupão de manga comprida, barbudo, segurando um equipamento nas duas mãos, por trás do vidro que separa os presos das visitas. 

“Cubículo de Alberto Youssef tinha escuta clandestina, acusam doleiro e seu jurista”, manchetou a Revista Veja ao publicar em primeira mão o registro feito do celular do patrono do doleiro, Luiz Gustavo Flores.

A Operação Lava Jato estava em sua tempo inicial e naquele momento, Youssef, indicado porquê o cabeça de um esquema de lavagem de verba na Petrobras, ainda não tinha firmado o consonância de delação premiada que levou à prisão de políticos e empresários, assinado em setembro daquele ano. 

O doleiro foi estagnado na data em que a operação foi deflagrada, junto com outras 16 pessoas, em 17 de março de 2014. Segundo detalhou  o agente federalista Dalmey Fernando Werlang à Revista Piauí, naquele mesmo dia a escuta foi instalada por ele na quartinho de Youssef . Em seguida onze dias na prisão, Youssef  encontrou o aparelho.  

Mais de 10 anos depois, em 20 de novembro de 2024, o ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF), Dias Toffoli, reconheceu a existência do grampo ilícito na quartinho de Youssef, “inclusive valendo-se de equipamento e petrechos pertencentes ao patrimônio da União Federalista”. Em sua decisão, o magistrado deu publicidade aos depoimentos e documentos sobre o caso e os enviou à Procuradoria-Universal da República, Advocacia-Universal da União, dentre outras seis instituições.   

Denunciado de ter operado no esquema de lavagem de verba junto a Alberto Youssef, Carlos Habib Chater disse que estava com Youssef quando levante encontrou o aparelho de grampo na quartinho de número 5 da superintendência da PF em Curitiba. Chater era o possuidor do posto da Torre, em Brasília, que deu origem à Lava Jato e também foi recluso no mesmo dia. 

A reportagem da Sucursal Pública  esteve com Carlos Chater um mês  antes da decisão no STF, no dia 21 de outubro, por volta das 15 horas, em um moca no térreo do shopping Venâncio, localizado no entorno do Posto da Torre. Chater, que está com 55 anos de idade, estava vestido com uma camiseta básica preta, calça jeans cinza evidente, meias coloridas e um all star salmão evidente. Ele está com o cabelo grisalho, mas aparenta um ar juvenil. 

Em mais de duas horas de entrevista, ele contou porquê os presos da Lava Jato desconfiaram que estavam sendo monitorados, falou sobre a pressão que eles sofreram para fazer o consonância de delação premiada e o que mudou em sua vida depois passar 17 meses na Moradia de Custódia São José dos Pinhais (CCSJP), em Cristal (PR).    

Rodízio de presos na quartinho de Youssef 

Desde o primeiro dia de prisão na superintendência da PF em Curitiba, segundo Carlos Chater, os presos da Lava Jato desconfiavam que poderiam estar sendo monitorados. “A gente sempre cochichava nas celas todas”, recorda. 

A suspicácia não era exclusivamente relativa a um monitoramento na quartinho: segundo o autodenominado ex-doleiro, ele disse ter sido monitorado muito antes das autorizações legais. “Eu tenho certeza que a Polícia Federalista me monitorou ilegalmente por muito tempo antes”.

Segundo ele, um rodízio de presos na quartinho onde estava Alberto Youssef fez com que a suspicácia aumentasse. “Era assim: quem sempre estava na quartinho [onde colocaram o grampo] era o Youssef. Portanto o Youssef era o peão que nunca saía dessa quartinho e todos eram movimentados para a quartinho do Youssef, mas o ‘rei’ era o Youssef. Eu saía, aí quem estava na minha quartinho ia para a do Youssef. Era feito um rodízio”, destacou Chater. 

“Essa movimentação era muito estranha e eles estavam lidando com gente que sempre ficou com pulga detrás da ouvido. E o Youssef, muito malandro, subiu…porque lá tem um teto cá, mas tinha um segundo teto”, detalhou, gesticulando. “E tinha um buraco que era de umas luminárias e o Youssef botou a mão, puxou o equipamento e aí veio o equipamento todo”, acrescentou. 

Chater contou que foi ouvido na primeira sindicância oportunidade para apurar o caso – denunciado à estação pelos advogados de Alberto Youssef. “Eu fui chamado, todo mundo foi chamado, mas quem estava fazendo a sindicância era um policial federalista. A gente pensou que não ia dar em zero, que essa história já tinha ‘morrido’”, ressaltou. 

Agora, os documentos que recentemente vieram à tona, depois decisão do ministro Dias Toffoli, revelam porquê a força-tarefa da Lava Jato agiu para ocultar os fatos envolvendo a escuta ilícito, e que poderiam ter invalidado a operação em sua tempo inicial. 

Duas sindicâncias foram abertas para apurar o caso. A primeira foi instaurada em 15 de abril de 2014 e conduzida pela superintendência da corporação no Paraná que comandava a Lava Jato junto à procuradoria do Ministério Público Federalista no estado. Ela concluiu que o aparelho estava inoperante e teria sido posto no sítio com autorização judicial, quando o traficante Fernandinho Extremidade-Mar ficou recluso na mesma quartinho. Era moca, segundo revelaram fatos posteriores. 

Uma outra investigação foi instaurada, um ano depois, em 6 de maio de 2015, pela Corregedoria-Universal da Polícia Federalista, em Brasília. Esta apuração desmontou a tese da primeira sindicância. 

A perícia encontrou as mais de 260 horas de gravação no computador do agente da PF Dalmey Fernando Werlang, que admitiu ter instalado o equipamento na quartinho de Youssef. Apesar de concluir pela existência da escuta ilícito, a sindicância não conseguiu mostrar os mandantes e a investigação foi arquivada pelo MPF.  

A resguardo de Alberto Youssef só conseguiu ter chegada ao teor das gravações recentemente, no último 4 de julho. Em seguida apuração do Parecer Vernáculo de Justiça (CNJ), os advogados foram informados de que um HD com os áudios captados estava guardado na Secretaria Judiciária da 13ª Vara Federalista de Curitiba, comandada no auge da Lava Jato pelo hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).

Com o material em mãos, os advogados do doleiro entraram com pedido no STF para anular o consonância de delação premiada feito por Youssef – o terceiro  firmado pela força-tarefa da Lava Jato, depois o operador de câmbio Luccas Pace Júnior e o do  ex-diretor de Aprovisionamento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que faleceu em 2022.  

“Uma espécie de tortura”

Carlos Chater avalia que se Paulo Roberto Costa não tivesse firmado o consonância de delação premiada, Youssef também não teria falado e a Lava Jato não teria tomado as proporções que tomou. E, para isso, as pressões sofridas naqueles primeiros dias de detenção em Curitiba – incluindo o grampo – foram fundamentais.  

Ele alega que Paulo Roberto Costa teria sofrido “tortura”, até resolver colaborar – em peculiar, Chater narrou porquê teria sido o dia em que Paulo Roberto Costa foi levado para uma solitária. 

“Eles pegaram o Paulo Roberto às seis horas da manhã na Polícia Federalista. Ele estava dormindo, acordaram ele”, contou, acrescentando: “Tiraram ele da quartinho, encostaram ele na parede com o rosto colado na parede. Colocaram aquele cinto na cintura, prenderam os braços dele e as mãos no cinto, com as algemas. Colocaram as algemas nas pernas e transportaram esse senhor, provavelmente, num camburão detrás. Ele chorava copiosamente. O pranto dele dava para ouvir cá em Brasília. E levaram ele para uma prisão onde deixaram ele em uma quartinho sozinho –– isso ele contou quando voltou depois de uma semana”. 

Segundo Chater, Paulo Roberto Costa relatou ainda que tinha que retrair uma cordinha para receber a comida. “Me parece que ele ficou um, dois dias sem colchão para dormir. Uma coisa meio lá de trás, uma coisa louca”, destacou.  Ao ser questionado se Costa teria pretérito por um tipo de tortura, Chater respondeu. “Tortura, pronto. Medieval”.  

“Esse senhor voltou depois de uma semana muito magro mesmo. Eu vou exagerar, talvez uns 20 quilos mais magro. Ele, lógico, pirou. Mas ele voltou porque ele lá dentro falou que ia fazer a delação. Ele só voltou depois que eles ‘quebraram a espinha dele’, vamos manifestar assim, e aí ele topou fazer a delação”, observa Chater.  

“Quando ele [Paulo Roberto] diz que vai fazer [a delação] e ele chega na polícia federalista completamente talado, o Alberto diz ‘eu também quero, já que ele vai fazer não tem porquê eu não fazer e me beneficiar’. E aí a coisa começou a tomar esse rumo”, destacou Carlos Chater. 

Dia da prisão

No dia em que foi recluso, Chater lembrou que estava acordado, porquê de uso, às três horas da manhã. “Ouvi os cachorros latindo dissemelhante. E eu morava numa mansão, meio que numa granja, no Lago Setentrião. Era vizinho do Collor [ex-senador Fernando Collor]. E aí eu ouvi um som de sirene, mas eu imaginei que fosse uma ambulância, lá detrás. Passou um pouco de tempo – minha mansão é térrea, onde eu morava – e eu ouvi ‘pá, pá, pá’, batendo no meu quarto, na varanda do quarto: ‘Polícia Federalista’ já levantei e falei ‘deu ruim’”, contou.  

Carlos Chater foi o primeiro recluso pela Operação Lava Jato

“Quando eu abri a porta eu vi que tinha muita gente, com arma na mão, aquele estardalhaço. Devia ter umas 30 pessoas na minha mansão; eu vi um movimento de helicóptero. Eles mexem em tudo, o que eles conseguem. Porquê a minha mansão era muito grande, assim, o espaço, o solicitador falou ‘Carlos, eu não sei nem por onde encetar’”.  

Já fazia qualquer tempo que estava intrigado, pois a PF já o tinha chamado para prestar esclarecimentos sobre uma transferência feita à uma empresa indicada por Alberto Youssef. “Uma semana antes eu já tinha falado pro Alberto [Youssef] ‘tô sentindo que tem alguma coisa errada’”. 

Pressão para delatar

Chater reconhece que era mais que um parceiro mercantil de Alberto Youssef: diz que eram amigos. Conheceram-se entre 2004 e 2005, por meio de um colega em generalidade e chegaram a ter casas vizinhas no litoral de Santa Catarina. “Somos amigos, era uma relação pessoal, falo com ele até hoje, às vezes”.

“Quando eu vi que Youssef era um face que tinha liquidez, eu falei ‘bom, eu tenho oportunidade de comprar combustível mais barato, se eu tiver grana na mão’. Foi a miséria com a vontade de manducar porque o Youssef sempre precisava de verba vivo. Chater defendeu que a prática não configura lavagem de verba “porque era uma reembolso de empréstimo”. “Que lavagem é essa Não existe lavagem. Eu devolvia o verba. Eu não cobrava zero por isso. Quem vai lavar sem cobrar zero“.

Porém dissemelhante de Youssef, ele nunca aceitou fazer delação. Chater conta que também sofreu muita pressão na PF para fechar o consonância de colaboração. Segundo ele, nos 45 dias que ficou recluso em Curitiba, “era retirado da quartinho quase diariamente para fazer a delação”. Ele disse que os federais ameaçavam prender seus familiares – “pai, mãe, mana e esposa” –  de “mandá-lo para prisão generalidade”ou “o acusar de narcotráfico”. 

A pressão era para que delatasse agentes públicos e políticos, de consonância com ele. “Eles falavam muito em agentes públicos, antes mesmo de políticos. A sanha deles era para agentes públicos. Não sei o que eles queriam manifestar com agentes públicos. Depois, políticos, principalmente do PT”. Segundo ele, policiais diziam: “olha Carlos, eu tenho porquê liberar você em uma semana, mas eu preciso que você me dê alguns nomes, porque aí eu falo com o Sérgio Moro e você sai em uma semana”, contou.  

A pressão também vinha da sua família, que queria vê-lo livre. Mas ele decidiu não delatar “porque não conseguiria conviver com isso”. “Isso é uma questão pessoal, porque eu fui criado assim. Entende? De onde eu vim, porquê, por onde eu passei… Muito novo eu saí da guerra [do Líbano] e vi algumas coisas… Eu não conseguiria, mesmo que eu tivesse alguma coisa para entregar. Por isso, o trovar da sereia, de transpor com uma semana [da cadeia], aquilo não me falou zero. Mesmo sabendo que eu tinha um longo caminho para percorrer quando eu percebi que a arapuca já estava montada para mim”, justificou.  

“Um varão melhor”

Segundo Carlos Chater, quando a PF percebeu que ele realmente não firmaria o consonância de delação premiada, ele foi enviado para uma prisão generalidade, onde ficou por 17 meses. “Cumpriram o que prometeram, me mandaram para a prisão generalidade, mas eu não achei ruim. Eu achava até melhor porque eu tinha rotina. Na federalista entrava e saía gente o tempo todo”.  

Réprobo no contexto da Lava Jato por crimes contra o sistema financeiro e associação criminosa, ele ficou 19 meses recluso no regime fechado, sendo 45 dias na superintendência da PF em Curitiba e o restante no CDP de São José dos Pinhais. Ele ainda cumpriu 12 meses no semiaberto. “Eu me tornei uma pessoa melhor”, ressaltou. 

“Na prisão eu não tinha com o que me preocupar, eu fazia manobra e lia muito, eu conseguia dormir, dormia muito”. Segundo ele, no período que ficou estagnado também mudou de convicções. “Entrei mais ao meio, saí mais à esquerda”. 

Na prisão, passou por ao menos três revistas em que precisou permanecer nu no recinto. “Passei por essa situação, de transpor pelado, com a cueca na mão, permanecer sentado no recinto, chovendo”, recorda. Ele disse que também presenciou uma rebelião na penitenciária. 

Outras detenções 

A prisão na Lava Jato foi a terceira de Carlos Habib Chater e a mais longeva. Chater lembra que quando foi recluso em março de 2014, achou que seria porquê das outras vezes, “que ficaria no supremo dois dias estagnado”. As duas prisões anteriores foram em flagrante, segundo ele.  

A primeira ocorreu nos anos 90 quando ele exercia admitidamente a profissão de doleiro. Na estação, por pretexto da inflação, apesar da ilegalidade, o serviço do doleiro era uma prática generalidade; entre os clientes da sua empresa estavam policiais civis e federais, juízes, desembargadores  e pessoas da subida cúpula do governo federalista. O presidente Fernando Collor legalizou as casas de câmbio e a partir de logo, seu negócio passou a operar com a autorização do Banco Mediano – ele chegou a contratar Cid Moreira porquê garoto-propaganda da sua empresa.

Em seguida perder a licença do Banco Mediano, ele foi indiciado de fazer operações ilegais de câmbio, mas ficou recluso por exclusivamente dois dias, junto com o pai, Habib Salim El Chater.  “Era uma outra estação. Eu estava recluso, eu saía da quartinho, telefonava pros meus clientes e fazia negócio de câmbio dentro da Polícia Federalista, no galeria das celas”, recorda.

Foi nos negócios da família, liderados pelo pai, que Chater começou a trabalhar, aos 8 anos de idade. Aos 21, já tinha a Habib Câmbio e Turismo.  

A segunda prisão de Carlos Chater aconteceu em 2008, no aeroporto de Brasília quando ele tentou viajar para o Líbano com 12,2 milénio dólares. Ele ficou recluso duas noites e três dias, indiciado de evasão de divisas. Chater disse que seu voo tinha uma conexão em São Paulo e justificou à polícia que faria a enunciação do verba na capital paulista. Ele contou que, na ocasião, ficou recluso na PF em Brasília junto com Fernandinho Extremidade-Mar. 

“Quando eu fui recluso em 2008, eu estava indo para o Líbano com o Salomão [cujo nome de batismo é Sleiman Nassim El Kobrossy]. A gente estava indo para colocar máquinas de vídeo-bingo. Teve uma estação da minha vida que eu tive alguns bingos em Brasília, Goiânia e Anápolis. E aí começaram a fechar os bingos e na estação eu falei, ‘vou pro Líbano. Vou levar umas máquinas pro Líbano’. E o Salomão conseguiu um esquema de eu mandar as máquinas por navio e entrar meio que…porque lá era meio proibido. Numa dessas viagens eu fui recluso com aqueles doze milénio dólares. Eu fui recluso e ele também. Porque na mala dele tinham umas placas de vídeo-bingo”, afirmou.  

Suspeitas de envolvimento com narcotráfico

Carlos Chater contou que anos depois fez uma operação financeira para Salomão , que também lhe causou problemas com a PF. Segundo ele, o colega pediu que o logo doleiro resgatasse um verba no Brasil e o repassasse em espécie. De consonância com Chater, a pessoa que o colega indicou para buscar o verba no Posto da Torre tinha envolvimento com o tráfico, conforme apontou a PF posteriormente. “Eu não fazia teoria quem era esse varão, não o conhecia”, defendeu-se.  

“Salomão me ligou e falou ‘Carlos, eu preciso trazer uma grana da Europa’. Falei ‘ok’, era o que eu fazia. ‘Quanto é?’ Cento e poucos milénio euros, eu imagino. Estava na Holanda a grana dele. Eu peguei a grana, e falei, ‘em tantos dias eu te pago cá no Brasil’. Quando eu estava com a grana dele, ou um pedaço, não me lembro, ele falou ‘Carlos, eu estou indo para o Líbano. Quando você tiver o verba, você me liga, eu vou pedir para alguém passar e pegar’. Quando eu ligo para ele, ele falou ‘vai te procurar um face chamado Renê’, que era divulgado do Salomão”, contou. 

Segundo Chater, ele exclusivamente pagou o cheque ao Renê que estava sendo monitorado por suspeita de tráfico de drogas. “Eu nunca lidei com tráfico. Tanto é que eles não conseguiram me acusar, ficaram meses”, se defendeu.  

Em outubro de 2014 Renê foi condenado por tráfico internacional de drogas, lavagem de verba e evasão de divisas a 14 anos de reclusão e Chater por lavagem de verba proveniente do tráfico a 5 anos e seis meses de prisão.  Essa foi a primeira pena da operação. 

Lava Jato X Devassidão

Apesar de ter ficado recluso e ser o primeiro mira da Lava Jato, Carlos Chater tem uma visão surpreendente sobre a Força-Tarefa: ele diz que a operação foi importante para o país, no que diz reverência ao combate à depravação, mas que, segundo ele, deu inverídico por conta das ilegalidades. 

“A Lava Jato só comprovou o que todo mundo já sabia. Ela desnudou o que todo mundo já sabia que existia. Ela foi importante. Agora, a forma porquê ela foi conduzida, por um face desqualificado, é que manchou tudo o que foi feito”. 

Ele diz que, apesar de ter sido “prejudicado por ela”, não pode fechar os olhos para a depravação nas estatais. “Esse loteamento das estatais para levantar uma grana para os partidos políticos precisa completar”, defendeu. 

“Portanto, ela [Lava Jato] foi importante. Simples que ela foi importante! Ninguém quer esse nível de depravação que existe no Brasil”, concluiu.

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