Cirurgia impressionante restaura a visão usando dente do paciente
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A medicina segue provando que milagres também podem ser escritos pela ciência. Uma canadense de 75 anos, que viveu mais de uma dezena sem enxergar, voltou a ver graças a uma cirurgia pouco convencional: o implante de um dente no olho.
O procedimento, publicado porquê ceratoprótese osteo-odonto — ou de forma mais popular, “cirurgia dente-no-olho” —, devolveu à paciente a chance de reconhecer formas, cores e até o rosto de pessoas queridas. A primeira imagem que ela conseguiu notabilizar foi a luz, seguida pelo movimento do rabo abanando de Piper, o cão de serviço de sua parceira.
Seis meses depois a cirurgia, a emoção foi ainda maior: ela conseguiu ver, pela primeira vez, o rosto do companheiro, Phil, a quem conheceu já depois de ter perdido a visão. A experiência trouxe de volta não somente a visão, mas também a esperança de uma vida enxurro de cores e conexões.
Córneas danificadas
Gail Lane, de 75 anos, perdeu a visão há dez anos por pretexto de uma doença autoimune que deixou as córneas gravemente danificadas. Durante anos, viveu no escuro, dependendo da ajuda da parceira e de Piper, um cão de serviço.
O reencontro com a visão foi um divisor de águas. Agora, ela descreve com alegria a possibilidade de ver árvores, flores, o firmamento azul e os detalhes do mundo que pareciam ter perdido para sempre.
Ela é uma das raríssimas pacientes no Canadá a passar pela cirurgia. Até hoje, somente três pessoas no país foram submetidas ao procedimento.
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Porquê funciona a cirurgia
A técnica, desenvolvida ainda nos anos 1960, é considerada complexa e realizada em etapas. Primeiro, um dente do próprio paciente — no caso de Gail, um cínico — é retirado e implantado temporariamente na bochecha para que seja recoberto por tecido subjuntivo.
Depois, esse dente é retirado, recebe uma lente plástica em seu interno e finalmente é disposto na trajectória ocular, substituindo a córnea danificada. O resultado é uma estrutura resistente, feita do próprio corpo do paciente, o que reduz o risco de repudiação.
“É um procedimento estranho, mas capaz de restituir a independência e a alegria a quem já não tinha mais esperança”, explicou o oftalmologista Greg Moloney, responsável pela cirurgia pioneira no Canadá.
Além de Gail, outros pacientes já experimentaram resultados impressionantes. Um varão, cego por mais de 20 anos depois uma reação ao ibuprofeno, também recuperou segmento da visão com a mesma técnica.