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Abin Paralela, como tudo se conecta: espionagem, FirstMile, Bolsonaros e Ramagem - Mundo News
18 de Junho, 2025

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Abin Paralela, como tudo se conecta: espionagem, FirstMile, Bolsonaros e Ramagem

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Ex-presidente e mais de 30 pessoas são indiciadas em relatório final da PF sobre a rede...

O véu sobre um intrincado esquema de espionagem ilícito no coração do poder brasiliano começa a ser levantado. A Polícia Federalista (PF) acaba de anunciar que concluiu seu interrogatório sobre a chamada “Abin Paralela” e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu logo diretor da Filial Brasileira de Lucidez (Abin), Alexandre Ramagem, atual deputado federalista pelo Partido Liberal (PL). A denunciação é grave: usar a estrutura de lucidez do Estado para monitorar ilegalmente adversários políticos, atendendo a interesses pessoais e disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral. O atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, indicado por Lula, também foi indiciado.

A entrega do relatório final da PF ao Supremo Tribunal Federalista (STF), no último dia 12 de junho, encerra mais uma lanço de um processo que já dura dois anos. A história foi revelada em março de 2023, com a notícia do jornal O Orbe da compra de um sistema espião pela Abin para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país. O tema vem sendo escoltado pela Filial Pública em série de reportagens desde logo.

As investigações da PF, iniciadas logo no primeiro ano do governo Lula (2023), já indicavam um suposto aparelho da Abin, numa rede clandestina que operava à margem da lei. 

No núcleo da trama está o software israelense “First Mile”, um programa de espionagem capaz de rastrear celulares “reiteradas vezes” ao explorar vulnerabilidades nas redes de telefonia 2G e 3G do Brasil – brechas que, dada a complicação do sistema, ainda são difíceis de expulsar. O programa foi desenvolvido e vendido pela empresa de Israel, Cognyte. 

Por que isso importa

  • O caso da “Abin Paralela” revela um multíplice esquema de espionagem ilícito que se desenrolou durante o governo Bolsonaro, utilizando a Filial Brasileira de Lucidez (Abin) para fins políticos e pessoais.

Os alvos da espionagem

A lista de alvos da espionagem clandestina durante o governo Bolsonaro era extensa e preocupante, incluindo ministros do STF porquê Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux, além de políticos porquê o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e jornalistas. Esse monitoramento de figuras-chave da República e da prelo, segundo a PF, não visava à segurança vernáculo, mas sim a interesses políticos e pessoais do logo presidente Jair Bolsonaro e de seus filhos.

Embora Ramagem e Bolsonaro neguem as acusações, a investigação já apontava para um uso indevido e descontrolado de recursos de lucidez, o que levou a uma dificuldade na obtenção de provas e uma disputa nos bastidores entre Abin e Polícia Federalista. 

O atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, já vinha pressionado a dar explicações sobre uma operação de espionagem contra autoridades do Paraguai nos últimos meses, e que veio à tona em meio às investigações da Abin Paralela. 

“First Mile” e Cognyte, as primeiras revelações 

O software israelense “First Mile” foi utilizado em mais de 60 milénio buscas contra alvos durante a gestão Bolsonaro. Ainda não se sabe, porém, se os dados destas consultas ficaram mantidos somente no Brasil ou se as informações também ficaram acessíveis nos servidores-base da obreiro do programa, a israelense Cognyte. A vigilância em volume por essa mesma empresa foi detectada em países porquê Mianmar e Sudão do Sul.

Em agosto de 2020, um áudio ilegal veio à tona, revelando discussões entre Bolsonaro e Ramagem sobre estratégias para proteger o logo senador Flávio Bolsonaro de um interrogatório fiscal, abordando supostas irregularidades de auditores da Receita Federalista. Oriente incidente marcou um dos primeiros indícios concretos do aparelho da dependência.

A transição do governo Bolsonaro para Lula, no final de 2022 e início de 2023, foi crucial para o aprofundamento das investigações. A partir de documentos sigilosos, a Pública trouxe à tona em fevereiro de 2023 o monitoramento de cidadãos pela Abin e o provável uso de meios ilegais, assim porquê o uso de dossiês apócrifos contra líderes caminhoneiros, reforçando as suspeitas de meandro de finalidade.

Os agentes envolvidos e as operações clandestinas

As investigações da PF identificaram policiais federais porquê peças-chave na “organização criminosa” que operava a Abin Paralela. Delegados porquê Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin e atual deputado federalista) e Carlos Afonso Coelho (varão de crédito de Ramagem e informalmente o primeiro gestor do Núcleo de Lucidez Pátrio – CIN, um dos braços da Abin suspeitos de uso ilícito do FirstMile) foram apontados porquê líderes do esquema. Outros agentes, porquê Felipe Arlotta Freitas, Alexandre Ramalho Dias Ferreira, Carlos Magno de Deus Rodrigues, Henrique César Prado Zordan, Luiz Felipe Barros Félix e Marcelo Araújo Bormevet, também tiveram seus nomes ligados à trama.

Esses agentes ocuparam cargos de liderança no CIN, assessoraram diretamente Ramagem ou atuaram em seu gabinete. Alguns deles, porquê Felipe Arlotta, foram coordenadores de operações ilegais, porquê a “Operação Trojan”, uma ação clandestina da Abin em favelas do Rio de Janeiro, revelada em 2024, que não foi devidamente motivada, justificada ou registrada. Ou por outra, o mesmo caso dos dossiês apócrifos contra líderes caminhoneiros também foram associados à atuação desses agentes.

A vagar na peroração e as disputas internas 

Apesar da sisudez das acusações, a peroração do caso Abin Paralela tem se estendido por mais de dois anos, gerando críticas e preocupações. A vagar é atribuída a dois fatores principais: a dificuldade na obtenção de provas contra os suspeitos, uma vez que o uso ilícito do FirstMile ocorria “sem ordens formais, prevenindo-se rastro material das atividades ilícitas”, e uma disputa nos bastidores entre as diretorias da Abin e da Polícia Federalista, ambas ocupadas por delegados federais.

Outras informações elementares, porquê a lotação de agentes envolvidos, só foram colhidas pela PF no início de 2025, quase dois anos posteriormente a preâmbulo do interrogatório. Depoimentos de figuras-chave, porquê o ex-diretor-adjunto da Abin Frank Márcio de Oliveira, também só foram tomados em 2025. A Corregedoria da Abin, que até julho de 2024 era comandada por Lidiane dos Santos Souza (indicada no governo Bolsonaro), foi claro de suspeição por não ter delicado denúncias graves ligadas à Abin Paralela. A troca de comando para José Fernando Chuy em agosto de 2024 resultou na reabertura de investigações sobre desvios de conduta, incluindo a Operação Trojan.

Os indiciados 

Sobre o relatório entregue hoje ao STF, a Pública apurou que há mais de trinta pessoas indiciadas, entre elas:

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil

Jair Bolsonaro — O ex-presidente é assinalado pelas investigações da Polícia Federalista por ter conhecimento do funcionamento da estrutura paralela de espionagem e por se beneficiar diretamente das informações obtidas. Ou por outra, ele é indiciado por não ter tomado nenhuma medida para interromper a prática de espionagem ilícito, o que sugere uma preterição diante das irregularidades.

Alexandre Ramagem — Ex-diretor da Abin

Alexandre Ramagem — Ex-diretor da Abin durante o governo Bolsonaro, Ramagem, hoje deputado federalista, é indicado porquê o principal responsável por organizar o esquema ilícito de monitoramento. As apurações o colocam porquê uma figura médio na geração e operação dessa estrutura paralela que desviava a finalidade da dependência de lucidez.

Carlos Bolsonaro — Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro

Carlos Bolsonaro — Fruto do ex-presidente, Carlos foi indiciado por suspeita de chefiar o chamado “gabinete do ódio”. A denunciação é que esse grupo teria utilizado as informações obtidas por meio da Abin paralela para produzir e disseminar conteúdos nas redes sociais com o objetivo de lutar adversários políticos do ex-presidente. Isso sugere um gavinha entre a espionagem e a manipulação da opinião pública.

Luiz Fernando Corrêa — atual diretor-geral da Abin

Luiz Fernando Corrêa — atual diretor-geral da Abin, foi indiciado por suposta tentativa de atrapalhar as investigações. Essa indicação levanta questões sobre a colaboração da dependência com a Polícia Federalista e a transparência no processo de apuração dos fatos. 

Fachada da Abin em Brasília

Atual cúpula da Abin o UOL noticiou que José Fernando Chuv, corregedor-geral do órgão, também aparecem no relatório final da PF. Além deles, constam o ex-diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, e Paulo Maurício Fortunato, que era secretário de Planejamento do órgão na gestão de Corrêa e foi semoto do missão pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em 2023, por suspeita de integrar o esquema de monitoramento ilícito.

O que acontece agora

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes enviará o relatório à Procuradoria Universal da República (PGR). Ainda sem prazo, a PGR pode oferecer ou não denúncia contra os indiciados na trama da “Abin Paralela”. Por enquanto, Jair Bolsonaro e os demais ainda não são réus nesse processo, dissemelhante do que ocorre com o julgamento da tentativa de golpe de Estado, no qual o ex-presidente é réu e pode ser sentenciado.

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