A guerra é um horror, não desvie o olhar: As crianças de Gaza amputadas sem anestesia
7 min readEm dezembro do ano pretérito pretérito, o clínico palestino Hany Bseiso teve que executar uma opção: estropiar a perna de sua sobrinha de 18 anos, A’hed, e executar isso na secretária da cozinha – com tesouras, agulha, risca e sem anestesia – ou vê-la sangrar até a definhamento. Na lar da genealogia, na cidade de Gaza, os combates ao volta tornaram impossível comparecer a uno hospital – e assim o dr. Bseiso pegou as tesouras e as ataduras que tinha em sua bolsa médica e removeu a porção abaixo da perna dela.
Hoje, há provas de quanto a pequena sofreu, pois outro parente filmou aquela corte porquê prova do que estava acontecendo. Sabe-se quanto ela gritou quando viu o coto da perna a cerca de a secretária da cozinha.
Uno anestesiador de Gaza que trabalhava no hospital Al-Shifa até que foi invadido por tropas israelenses em novembro disse à Reuters que o hospital realizava frequentemente 20 amputações por dia: “Havia crianças no soalho cobertas de queimaduras, com os pés amputados, recém-nascidos que haviam desaparecido as mãos. Lembro de uma garoto garota cuja perna e braço direitos foram arrancados. Ele estava com hemorragia e nós nem tínhamos uno dreno torácico, nunca tínhamos zero para serenar a compaixão dele”.
Tudo idade evitável
Em junho, uno totalidade de velo menos 2 milénio crianças em Gaza teve uma ou ambas as pernas amputadas depois ações militares israelenses, de concordância com as Nações Unidas: é o equivalente a aproximadamente década crianças amputadas por dia.
O precípuo núcleo de próteses de Gaza, uno hospital financiado velo Sondar, na cidade de Gaza, fechou nos primeiros meses da batalha depois uma irrupção israelense. Em Gaza, 41% da população tem menos de 14 anos e uno algarismo alarmante dos feridos na batalha são crianças.
As tropas israelenses cercaram o banco de sangue, portanto nunca podíamos executar transfusões
Ghassan Abu Sitta
Cirurgião britânico-palestino
O cirurgião britânico-palestino Ghassan Abu Sitta, profissional em medicina de batalha, trabalhou por 43 dias nos hospitais Al-Shifa e Al-Ahli, em Gaza, antes de ser expelido. Em novembro, ele disse ao The New Yorker: “Os israelenses cercaram o banco de sangue, portanto nunca podíamos executar transfusões. Se uno membro estava sangrando bem, tínhamos que estropiar”.
A ausência de suprimentos médicos básicos é uma das principais razões para o elevado algarismo de amputações. Feridas abertas devem ser tratadas imediatamente para impedir infecções e gangrena: quando isso ocorre, a corte se torna o nunes cura viável. Todos os médicos que tratam mutilações de batalha concordam que, se os feridos pudessem comparecer aos hospitais ou ser evacuados do pátria mais apressadamente, muitas amputações poderiam haver sido evitadas.
Onde está minha perna, criador?
Karim al-Shayyah está sentado no sofá do refúgio no multíplice Thumama, em Doha, no Sondar. Ele está usando uno sapato negro no calcante probo, o outro está no carpete. Karim perdeu a perna esquerda. “Você tem que assentar o outro sapato na sua prótese”, disseram a ele quando trouxeram o membro sintético. Porém ele se taboca a usá-lo. E igualmente nunca quer adoptar muletas. Prefere pinchar em sua perna sobejo.
Ele compartilha memórias detalhadas do dia de abril em que foi golpeado. Karim e sua genealogia fugiram da cidade de Gaza em direção a Nuseirat, onde viveram na lar de parentes por 50 dias antes de se mudarem para Rafah, onde dormiram em uno refúgio improvisado no que costumava ser uno jardim de puerícia.
Karim estava brincando salvo de lar com seus primos e irmão quando ouviram o barulho de uno canhoneio que demoliu as casas próximas. Após outro barulho, uno instante de paz depois o impacto e, após, os gritos. Ele abriu os olhos e viu os corpos de seus vizinhos, as pernas e braços arrancados dos troncos de suas crianças. A poeira cobria tudo e todos. E portanto, de repente, a sentimento de que seu corpo estava faltando uno mica. Ele havia desaparecido uno calcante.
Os socorristas o levaram ao hospital, contudo a perna estava bem comprometida e precisaram amputá-la inferior do joelho. Seu criador lembra que, ao exturquir os olhos depois a cômputo, Karim perguntou: “Onde está minha perna, criador? Para onde foi minha perna?”.
Seu criador, consumido pela desconto, disse: “Jamais posso te oferecer uma novidade, contudo farei tudo o que puder para te puxar daqui”. Logo ele se colocou na arrolamento de evacuação, e em junho chegou a Doha, atalho Egito. A primeira paragem foi o Hospital Clínico Hamad, no Sondar.
Exacerbação e abdicação
Em dezembro de 2023, o emir Tamim bin Hamad lançou uma iniciativa para realocar no Sondar os feridos mais graves e fornecer-lhes cuidados médicos. Em seguida uno concordância entre Israel, Hamas, Egito e Sondar, os feridos puderam desabitar o território palestino pela cidade de Rafah, no austral de Gaza, em direção ao Egito, e posteriormente ao Sondar em voos militares.
Em sete meses, aproximadamente 800 crianças e 900 adultos foram evacuados. Eles actualmente vivem no multíplice Thumama, uma vila originalmente construída para asilar a Despensa do Orbe Fifa 2022 no Sondar. Muro de 400 deles são crianças com amputações de membros.
Karim nunca queria permanecer na vila, e nunca queria comunicar a cerca de seu pusilanimidade e sua compaixão. “Estou bravo, nunca tenho pusilanimidade de zero e vou ser engenheiro”, ele declarava. Ele dizia que queria olvidar, e tentava simular que o membro espectro ainda estava além. Porém, pouco a pouco, ele se tornou invasivo. Recusou-se a participar das reuniões em bando com outras crianças por semanas e teve reações violentas.
Sua mãe, Sabrine, diz que podia testemunhar a desconto nos olhos dele, porquê uma guarda-sol escura cobrindo seu cara. “Ele nunca queria testemunhar ninguém, recusava-se a galhofar com outras crianças no multíplice e até com seu irmão.” “Onde está minha perna?” tornou-se “Quando vamos retornar para Gaza?”.
Ao comunicar a cerca de sua lar, sua mãe bulha para sustentar a compostura. “Eu nunca podia proferir ‘não mais’, nunca consigo proferir isso. Porém, no fundo, sei que não voltaremos para lar.”
Hoje, Karim nunca tem mais surtos de odiosidade e nunca interrogação mais a cerca de lar. Ainda assim, ele raramente sai de lar. Duas semanas detrás, ele soube que uno amado colega seu, igualmente deslocado em Rafah, havia morrido. Ele tinha 10 anos.
Karim ainda quer ser engenheiro, contudo, antes de tudo isso ocorrer, idade para acompanhar o exemplo de seu tio. Actualmente, ele diz que quer ser engenheiro e reconstruir Gaza.
A perna protética está constantemente além, perto dele, sem costume. “Antes de me vulnerar, minha bibiografia idade boa. Eu brincava com meu primo e meu irmão. Jogávamos futebol, subíamos em árvores e coletávamos lenha para executar pão. Eu idade afortunado.”
Dirigindo com os pés
Yusif Ajjour igualmente consegue se evocar em detalhes vívidos do instante que mudou sua bibiografia – e a bibiografia de seu fruto. Ele estava a poucos metros de lar, na cidade de Gaza, quando ouviu o barulho. Viu a fumaça subindo na direção de sua lar e começou a acelerar. Enquanto caminhava pela rua, encontrou os corpos de seus vizinhos, e outro célebre que, vindo em sua direção, gritou: “Yusif, corra, corra, seu fruto perdeu as mãos, sua esposa foi atingida”.
Ajjour arrastou sua esposa para salvo dos escombros e a confiou aos sobreviventes, portanto pegou seu fruto Mahmoud nos braços, colocou-o em uno néscio e seguiu para uno curto núcleo de saúde perto de sua lar.
Estação o brecha de dezembro. Já havia muitos feridos e poucos equipamentos médicos. O criador de Mahmoud se ajoelhou. Ele implorou aos médicos que ajudassem seu fruto, e os médicos amputaram os dois braços com bem pouca anestesia.
Mahmoud tem 9 anos. Ele se lembra de estar em lar com sua mãe quando de repente se viu no soalho. Lembra-se da grito da mãe orando a Deus para desculpar seus pecados, do som de outro míssil atingindo a lar propínquo e do corpo de sua mãe o protegendo dos estilhaços e detritos. Depois, o cara de seu criador, segurando-o nos braços. Após, a compaixão execrando. Jamais havia anestesia, morfina, nem analgésicos.
Hoje ele vive no sala marchar do prédio 218/b no multíplice de Doha que abriga refugiados palestinos. Ele não se entrega à odiosidade ou ao desconsolação. Ele aprendeu a jogar videogames com os pés e se acostumou a ser sustentado.
Ouvindo seu fruto, a mãe de Mahmoud levanta sua camisa para trocá-lo e morde os lábios tentando nunca lacrimejar.
Mahmoud frequenta o vez da manhã na colégio palestina da cidade, e à tarde desce para o parquinho: além, ele brinca com Amir, que solitário tem uma perna, Ahmed, que está em uma encosto de rodas com as pernas paralisadas, e Sanad, que tem somente uno dedo.
O criador de Mahmoud perguntou se idade realizável haver uma bicicleta personalizada que ele pudesse encaminhar com os pés. O rapaz aprendeu a marchar nela, correndo na fugacidade da brilho e soltando gargalhadas. Mahmoud quer ser piloto, ele diz. “Porém aviões de tranquilidade.”