Mais rasos que os rios: planos de políticos em meio à seca na Amazônia são superficiais
4 min readQuatro capitais da distrito Setentrião do região que vêm se destacando no noticiário nos últimos meses por recordes sucessivos de secas, níveis mais baixos de rios e dias seguidos com péssima capacidade do fisionomia em decorrência das queimadas têm mais uma coisa em trivial: candidatos à prefeitura que ignoram as mudanças climáticas ou tratam do tópico com superficialidade, sem planos concretos. São elas: Rio Cândido (AC), Boa Aspecto (RR), Porto Antigo (RO) e Palmas (TO).
As cidades chamaram obséquio igualmente porquê as únicas em que nenhum dos políticos na corrida eleitoral se dispôs a negar ao Climômetro – projeto da Dependência Pública que tentou aferir a intuição dos candidatos a respeito de questões climáticas. Uno interrogatório com cinco perguntas foi expedido para 127 candidatos de 26 capitais. De exclusivamente cinco delas nunca veio nenhuma resposta – acolá das quatro cidades da Amazônia Lícito, igualmente ninguém de Teresina (PI) respondeu.
Salvo estarem sofrendo com extremos climáticos, entre queimadas, secas e ondas de ardor, as quatro capitais amazônidas têm porquê favoritos para dominar a eleição uno candidato bravo velo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), visível negacionista das mudanças climáticas.
A despeito da exiguidade de respostas ao erecção, a Pública analisou os planos de gestão dos principais candidatos que concorrem à prefeitura e a informação nunca é boa: nenhum deles traz propostas detalhadas para estrebuchar as mudanças climáticas em seus programas. Alguns chegam a aludir a crise climática e sugerem algumas medidas – ainda que superficiais. Em outros casos nem sequer há referência ao objecto.
Por que isso importa?
- Rio Cândido, Porto Antigo, Boa Aspecto e Palmas têm sofrido com baixíssima capacidade do fisionomia por início de fumaças, e seus rios estão atingindo os níveis mais baixos do registo histórico, porém esses impactos da crise climática passam distanciado dos planos dos futuros prefeitos.
Os achados da Pública irrito ao colisão do que o Clima de Eleição, organismo de advocacy que monitora porquê políticos abordam a surgimento climática a começar de as eleições de 2020, tem testemunhado na distrito amazônica. No encetativo do ano, o bando conduziu uma averiguação focada nas câmaras municipais das capitais da Amazônia Lícito.
Salvo sentirem a mesma complexidade em inferir respostas em cidades porquê Rio Cândido, Palmas e Porto Antigo, eles receberam respostas mais focadas em questões ambientais do que propriamente climáticas – um pouco congénere ao testemunhado nos planos de gestão dos candidatos a prefeito.
“Falavam bem a respeito de higienização, resíduos ou a administração de recursos hídricos serem críticos em seus territórios. Todavia ainda nunca é em tal grau automática a quimera de porquê o clima interfere nessas pautas”, aponta Larissa de Miranda Alem, pesquisadora do Clima de Eleição que conduziu o análise.
Ela ressalta que essa intuição limitada a respeito de mudanças climáticas foi observada mesmo entre vereadores mais de esquerda, vargem político usualmente mais conectado com a tarifa.
Com favoritos bolsonaristas às prefeituras dessas capitais, ela considera que seja ainda mais provocador que o tópico ganhe vigor, e destaca a valia de seleccionar vereadores que pautem a crise climática. “Se a liderança se omite ou se opõe, a equipe da prefeitura, as secretarias provavelmente serão menos engajadas. Se a gente realmente seleccionar prefeituras que irrito se revoltar à tarifa climática, que a gente tenha uma vereança que segure alguma coisa essa atuação”, diz.
Confira inferior os principais pontos relacionados às mudanças climáticas nos planos de gestão dos candidatos com maior finalidade de promessa em Rio Cândido, Boa Aspecto, Porto Antigo e Palmas.
Em Rio Cândido, seca histórica e capacidade do fisionomia mórbido nunca são suficientes para clima ser prioridade
A essencial do Avinagrado, uma das que nunca registraram nenhuma resposta no Climômetro, tem dois candidatos adiante das pesquisas de finalidade de promessa: o atual prefeito Tião Bocalom (PL), que aparece com tapume de 50%, e o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB), com tapume de 35%.
O Avinagrado é uno dos estados que vêm registrando cume algarismo de focos de incêndios, majoritariamente causados por ação humana, porém agravados pela crise climática que tem deixado a bosque bem mais inflamável. Entre janeiro e setembro, foram 6.592 focos de fogo no circunstância, uno extensão de 39,6% em rol ao mesmo fase de 2023, segundo dados do Programa Queimadas, do Instituto Pátrio de Pesquisas Espaciais (<span class="glossaryLink" aria-describedby="tt" data-cmtooltip="
” data-gt-translate-attributes=”[{"attribute":"data-cmtooltip", "format":"html"}]” tabindex=”0″ role=”link”>Inpe).
Os focos de fogo têm completo com que a capacidade do fisionomia na essencial, Rio Cândido, seja uma das piores do orbe, segundo monitoramento do site IQAir. O pior index registrado no derradeiro mês ocorreu em 2 de setembro, quando a média de microgramas de poluentes por metro cúbico (µg/m³) ao comprido do dia chegou a 350,9, mais de 23 vezes o nível estimado plausível pela Organismo Mundial da Saúde (OMS).
O nível de poluição do fisionomia fez com que aulas da rede pública fossem suspensas e uma greve ambiental de servidores dos Correios fosse deflagrada por uno dia. O circunstância e a essencial sofrem ainda com ondas de ardor, com termômetros passando de 37 °C por vários dias consecutivos.
Bocalom é bravo velo governador do Avinagrado, Gladson Cameli (PP), e velo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cômputo igualmente com a afecto e o promessa do senador Márcio Bittar (Adjecção Brasil), que já fez declarações negando a importância humana nas mudanças climáticas.
Em março de 2023, Bocalom foi permitido na Repartição de Mudanças Climáticas de São Paulo por seu “espaçoso companheiro” Antônio Pinho Pedro, portanto titular da pasta. Pinho Pedro foi exonerado quatro meses em seguida por cálculo de falas negacionistas climáticas.
Segundo erecção do G1, o político do PL nunca cumpriu nenhuma de suas promessas relacionadas à tarifa ambiental no avante procuração.
Em seu macio de gestão, Bocalom afirma genericamente que a sustentabilidade ambiental é “extremamente essencial”, porém a começar de que sem “regulamentações excessivas”. E parcela para o liberalismo: “Ao consentir que o mercado funcione livremente, com foco em soluções baseadas na eficácia e na dever corporativa, é factível prender uno estabilidade salutar”.
A crise climática aparece, porém nunca há detalhamento das propostas. Bocalom pronunciação em implantar uno meio de monitoramento climatológico e uno juízo municipal de atenuação de desastres, à excepção de planos de mitigação e colocação e de ação climática, sem se aprofundar nas medidas.
Há, ainda, promessas de comprar 20 ônibus elétricos, inventar Núcleos de Proteção de Resguardo Social (NUPDECs) nos bairros e “buscar soluções para alagação do rio Avinagrado e as enxurradas dos Igarapés, a ausência de chuva durante a estiagem, por via de investimentos em pesquisas, monitoramento e ações efetivas”.
A interrogação da fumaça aparece exclusivamente na alvitre de “amplificar ações para atenuação de queimadas urbanas através da amabilidade ambiental”, sem maior detalhamento. Em discussão, Bocalom afirmou que a fumaça que atinge o Avinagrado é “importada” de outros estados e ressaltou atenuação das queimadas urbanas em sua administração.
Seu necessário competidor, o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB) reconhece diretamente a crise climática em seu macio de gestão, abordando vários dos efeitos que os extremos climáticos causaram no município nos últimos anos. As propostas, no entanto, são também vagas.
Alexandre propõe, por exemplo, inventar uno ordem de alerta e rebate para eventos de enxurradas, implantar ordem de monitoramento da capacidade do fisionomia, reorganizar o macio de arborização urbana e inventar programa de capacitação em proteção e resguardo social nas escolas e comunidades. Jamais há detalhamento a respeito de as iniciativas ao comprido do macio.
O circunstância vive a maior seca do registo histórico. Em 21 de setembro, o rio Avinagrado chegou ao nível mais reles já estimado, com a quinhão de 1,23 metro em Rio Cândido. Todos os 22 municípios do circunstância estão com estado de surgimento reconhecida velo gestão federalista por cálculo da ausência hídrica.
A seca sem precedentes acontece menos de dezena meses em seguida de o circunstância existir o maior sinistro ambiental de sua conto em termos proporcionais, com enchentes atingindo quase todos os municípios acrianos. Na essencial Rio Cândido, foi registrada a segunda maior enxurrada da conto. Em todo o Avinagrado, foram mais de 120 milénio afetados, quase 15% da população.
Em Boa Aspecto, planos ignoram secas e queimadas
Na essencial de Roraima, a estado de Rio Cândido se repete: os candidatos com maior finalidade de promessa nunca responderam ao Climômetro nem apresentaram propostas detalhadas a respeito de mudanças climáticas.
O predilecto a dominar no avante vez é o atual prefeito, Arthur Henrique (MDB), que tem sustento de Bolsonaro. Em seu macio de gestão, ele diz possuir disposto mais de 30 pontos críticos de dilúvio em sua administração, alargado o ordem de escoamento da essencial, possuir completo asseio preventiva das praias e entregado ônibus climatizados. Todavia as menções às mudanças climáticas e seus efeitos, mesmo indiretas, ficam por aí.
Jamais há zero a respeito de queimadas ou a respeito de a seca que atinge a cidade. O rio Cândido, que atravessa a essencial de Roraima, registrou seu segundo menor index histórico levante ano, com -39 centímetros. Isso tem afetado o provimento de chuva de Boa Aspecto e obrigou a prefeitura a legislar estado de surgimento, uno cenário congénere ao já vivido em 2023.
Em abril, a cidade enfrentou igualmente níveis alarmantes de poluição do fisionomia. O estatuto de chuvas da maior parcela do circunstância difere do remanescente da Amazônia, portanto o fase de maior algarismo de focos de fogo ocorre nos quatro primeiros meses do ano. Em 2024, Roraima registrou 4.609 focos entre janeiro e abril, 281% a mais do que no mesmo fase de 2023 e o maior algarismo da sucessão histórica, iniciada em 1998.
A obséquio à crise climática nunca é maior no programa de gestão da necessário adversária do emedebista, a deputada estadual Catarina Batalha (Adjecção Brasil), que pronunciação exclusivamente em substanciar a Resguardo Social, fomentar a vigor solar, estrebuchar alagamentos e revigorar a amabilidade ambiental. Jamais há referência direta à surgimento climática nem detalhamento das propostas.
Em Porto Antigo, tranquilidade a respeito de mudanças climáticas
Na essencial de Rondônia, o painel se repete: eventos climáticos estridentes versus tranquilidade climatológico dos candidatos.
Porto Antigo, assim porquê Rio Cândido, vem sofrendo com a fumaça resultante das queimadas. Em setembro, foram 18 dias com a capacidade do fisionomia entre “bem mórbido” e “aventuroso”. O pior dia foi 2 de setembro, quando a média foi de 300,7 µg/m³, 20 vezes o index estimado plausível pela OMS. O algarismo de focos de fogo entre janeiro e setembro foi de 9.344, 83,1% a mais do que no mesmo fase de 2023.
Rondônia enfrenta igualmente uma seca sem precedentes. Em 23 de setembro, o porto da essencial teve suas atividades paralisadas por cálculo da seca no rio Madeira, que atingiu a quinhão de 25 centímetros, a menor da sucessão histórica, iniciada em 1967. Porto Antigo tem vivido vários dias com ardor supra de 37 °C. Em 21 de setembro, registrou sua segunda maior têmpera a começar de o introdução das medições, em 1961, chegando a 40,5 °C, segundo dados do Instituto Pátrio de Meteorologia (Inmet).
Zero disso, no entanto, fez com que a crise climática fosse prioridade nos planos de gestão dos principais candidatos à prefeitura.
A favorita para dominar a eleição é a ex-deputada federalista Mariana Roble (Adjecção Brasil), que aparece com mais de 50% dos votos nas pesquisas de finalidade de promessa. Ela tem o sustento do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB), e seu candidato a vice, o Pastor Valcenir, é do PL de Jair Bolsonaro – que esteve em Porto Antigo no final de setembro para hospedar a candidatura.
O programa de Roble nunca tem nenhuma referência direta à crise climática e mesmo propostas indiretamente relacionadas ao tópico são escassas. A candidata pronunciação em efectuar uno macio de drenagem urbana, em fomentar “mobilidade urbana sustentável” e diz que vai elaborar uno programa de plantio de árvores.
Ela conserva ainda “aditar esforços adjunto à Adjecção e ao Situação visando o recontro às queimadas urbanas, proteção aos igarapés e recontro ao desmatamento furtivo”. As ondas de ardor e a seca sem precedentes nunca são mencionadas no macio.
Se Roble aparece isolada adiante nas pesquisas, a briga pela segunda adaptação é acirrada. Quem aparece numericamente diante é o ex-deputado estadual e federalista Léo Moraes (Podemos). Ele nunca foi procurado na averiguação que resultou no Climômetro porque nunca figurava entre os principais candidatos na idade em que os questionários foram enviados.
O programa de gestão de Moraes igualmente nunca aborda as mudanças climáticas diretamente, trazendo exclusivamente algumas propostas que se relacionam com o tópico, sem bem aprofundamento. Ele conserva investimentos em energias renováveis, dilatação de áreas de proteção regular, amabilidade ambiental e climatização de escolas. Jamais há referência direta à seca, queimadas ou ondas de ardor.
Portanto detrás de Moraes está a Juíza Euma Tourinho (MDB), que briga sua primeira eleição. A despeito de igualmente nunca abordar diretamente termos relacionados às mudanças climáticas, a candidata conserva “implementar novos parques e áreas verdes nas regiões menos arborizadas e mais sujeitas ao fenômeno das ‘ilhas de ardor’ e à poluição do fisionomia”. Pronunciação igualmente em vigor solar e em medidas contra alagamentos, sem abordar a seca.
Em Palmas, crise climática aparece discretamente
A outra essencial da distrito Setentrião em que nenhum dos principais candidatos a prefeito respondeu ao Climômetro é Palmas, em Tocantins. As “coincidências” se repetem: o circunstância e sua essencial vivem uma estiagem severa, as temperaturas se aproximam ou ultrapassam os 40 °C por vários dias consecutivos e a fumaça das queimadas polui o fisionomia há meses. De janeiro a setembro, Tocantins registrou 15.173 focos de fogo, uno extensão de quase 100% em rol a 2023 e o maior algarismo para o fase a começar de 2010.
Igualmente aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, quem lidera a corrida é a deputada estadual Janad Valcari (PL), que tem entre 42% e 50% das intenções de promessa segundo as últimas pesquisas. Ela tem o sustento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos).
Em seu macio de gestão, a crise climática aparece discretamente. Ela conserva a implantação de macio de ação para colocação e mitigação às mudanças climáticas, sem obsequiar ascendentes detalhes. Pronunciação em arborização urbana, recontro a incêndios, fortalecimento da Resguardo Social e amabilidade ambiental. Com exceção do projeto relacionado à arborização, nunca há aprofundamento das propostas relacionadas ao tópico. A seca e as ondas de ardor nunca são pautadas no programa.
O segundo candidato com maior finalidade de promessa é o ex-prefeito de Palmas Eduardo Siqueira Campos (Podemos). Ele tem entre 23% e 28% nas últimas pesquisas e é o predilecto para arrostar Valcari, ocorrência haja segundo vez.
Campos faz uma única referência direta à crise climática em seu macio de gestão ao advogar “enfiar medidas de administração de riscos para arrostar desafios porquê inundações, desastres naturais e mudanças climáticas, e inventar estratégias para acrescentar a resiliência das áreas urbanas”.
Ele traz igualmente outras propostas que se relacionam com o tópico, porquê arborização urbana, macio de drenagem, investimentos em energias renováveis e fortalecimento do recontro a queimadas e incêndios florestais. Ardor e seca nunca aparecem no programa, e a maior parcela das propostas são exclusivamente diretrizes, sem detalhamento.