Guerra “roubou” turistas israelitas a Belmonte

Em 2024, o Museu Judaico de Belmonte perdeu tapume de 38 por cento de visitantes vindos de Israel, devido ao conflito armado em que oriente país está envolvido no Médio Oriente. A garantia foi deixada na última Plenário Municipal pelo presidente da Empresa Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social (EMPDS), Joaquim Costa.

“É uma verdade que perdemos turistas devido à guerra” assegurou o responsável, quando levantadas dúvidas sobre o Orçamento e Projecto de Atividades da empresa para 2025, que foi ratificado pela maioria PS (votos desfavoráveis do PSD e CDU).

O responsável assegura que a guerra tem “roubado” judeus de todo o mundo aos espaços museológicos da vila e recordou que o contrato-programa estabelecido com a autonomia visa suprir algumas entradas gratuitas que existem há anos, para residentes, ou alunos das escolas, e que não houve, na última dezena, aumento de preços. “Se todas estas pessoas pagassem, teríamos um lucro de 25 milénio euros” assegura Joaquim Costa. O presidente da EMPDS elogia os tapume de 15 funcionários, “sempre disponíveis para trabalhar em fins-de-semana ou feriados, os melhores que poderíamos ter” e garante que alguns espaços vão ser requalificados, a inaugurar pelo Museu dos Descobrimentos, para o qual já existe uma candidatura.

O contrato-programa entre a Câmara e Empresa foi ratificado por maioria (votos contra do PSD e CDU), e pressupõe a transferência de 35 milénio euros da autonomia para a empresa. Uma opção criticada pela oposição. Tiago Gaspar, deputado do PSD, defende uma reforma da gestão da empresa e diz que “a premência de esteio do município” mostra que a maneira uma vez que a Empresa é gerida “não é a mais correta. Há uma premência manente de injetar capital. É preciso uma reflexão profunda sobre isso”.  Telma Matos, do mesmo partido, recorda que 2024 foi um ano de recordes no turismo em Portugal e, em próprio, na região meio, que viu crescer o número de visitante, e mostrou-se apreensiva por Belmonte ter tido “menos visitantes na globalidade dos espaços museológicos, e menos vendas de merchandising”.

Quanto ao projecto de atividades, também ele mereceu reparo da oposição. Acácio Dias, deputado social-democrata, diz que o documento não passa de um “mero projecto de intenções” e que o facto da Câmara injetar sucessivamente moeda na empresa para fazer face à falta de recursos demonstra “a inércia do Juízo de Gestão”. O deputado frisa que a rede temática de museus “tem-se vindo a degradar sucessivamente”, que existem equipamentos “inoperacionais” e tudo isso se reflete na “falta de interesse das pessoas em visitar”. Dias recorda que os 316 milénio euros em venda de serviços são insuficientes para colmatar os 330 milénio euros gastos em pessoal e que as contas da EMPDS “não refletem a sua atividade”.

Rosa Coutinho, da CDU, voltou, uma vez que tem sido hábito nos últimos anos, a tutorar a extinção da Empresa e integração dos seus trabalhadores nos quadros da autonomia.” O que a Empresa faz, a Câmara poderia fazer, com postos de trabalho com mais direitos”.   Já Luís António Almeida, do PS, não tem dúvidas que a empresa “cumpre com a sua missão e desempenha boa atividade”.

Dias Rocha, presidente da autonomia, deixa a garantia de que enquanto for presidente, “a empresa vai continuar”.

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