Flávio Massano recusa negociar orçamento com deputados
3 min readJá passou um mês, mas o chumbo do Projecto e Orçamento da Câmara de Manteigas, para 2025, por secção da reunião municipal ainda dominou a reunião do executivo do pretérito dia 20, em que foi legalizado, por maioria (dois votos em prol do presidente e vice-presidente e continência dos vereadores do PS e PSD), a revisão desse orçamento. Que foi já na sexta-feira, 24, também aprovada pela Tertúlia Municipal, com sete votos em prol e 12 abstenções, das bancadas do PSD e PS.
A vereador do PS, Ângela Muxana, questionou Flávio Massano se estaria disponível para negociar o orçamento com os deputados municipais, mas o autarca recusou tal hipótese. “O executivo não tem que negociar orçamentos com a reunião. Neste caso, a reunião discordou, votou contra, mas não é ela que vai manifestar o que vamos fazer” garante Massano.
Recorde-se que, depois do executivo ter legalizado o orçamento de 20 milhões por maioria (tendo sido determinante a continência de Ângela Muxana, a quem Massano voltou a agradecer), no seio da reunião municipal, a 20 de dezembro, depois de, numa primeira votação se ter registado um empate, acabou por ser o voto de qualidade do presidente da mesa, José Manuel Cardoso (PSD) a fazer a diferença. Inicialmente, dois deputados do PS e cinco do PSD votaram contra, seis do movimento Manteigas 2030 (que governa a Câmara) e um do Nós, Cidadãos, em prol, e as cinco abstenções chegaram de quatro deputados do PS e um do PSD. Na segunda votação, o sentido de voto não mudou, e José Manuel Cardoso confirmou a reprovação do documento. “Dos pareceres que recebi entendo não ter explicação para mudar o meu sentido de voto, por isso voto contra”, justificou.
Flávio Massano perguntou a Ângela Muxana se conhecia qualquer presidente de Câmara que tivesse negociado o orçamento com os deputados municipais de outros partidos que “até estão representados no executivo municipal”. E garantiu que as obras serão agora aprovadas isoladamente, uma a uma. “Vamos negociar medida a medida” garante. O autarca acusou a reunião de ter querido ter “mais poder do que nós”, “ter protagonismo e tomar as rédeas do concelho”, mas recordou que se qualquer deputado quer liderar os destinos do município “tem que ir a eleições, e ser eleito presidente ou vereador”. “Tudo se fez para chumbar o documento. Em ano de eleições quiseram impedir o executivo de fazer” frisa o autarca.
Assim, nesta primeira revisão, foram retirados do orçamento alguns projetos da estratégia municipal de habitação, entre outros. Mas o orçamento aumentou num montante de seis milhões de euros, devido a obras uma vez que, por exemplo, a restauração da Estrada Vernáculo 338, de mais de três milhões e meio de euros, e um milhão e 670 milénio euros para habitação, segundo explicou o autarca.
Ângela Muxana queixou-se da falta de discussão sobre o orçamento, mas Flávio Massano recordou que o documento foi a três reuniões do executivo. Os membros da oposição “não deram mais sugestões e opiniões porque não quiseram” vinca.
Nuno Soares, vereador do PSD, lembrou que, quando votou contra o documento, no seio do executivo, o fez não contra Manteigas ou os manteiguenses”, mas sim por descobrir que o projecto era “prejudicial” para o município. Disse que esta forma de governar, com medidas a serem apresentadas isoladamente, caso a caso, “é mais trabalhosa, mas não vem nenhum mal ao mundo”, mostrando-se disponível a viabilizar “tudo aquilo que seja necessário para que não hajam sobressaltos na gestão do município”.
Durante a Tertúlia Municipal, alguns deputados, nomeadamente do PS, quiseram abordar o objecto, mas o presidente da mesa, José Manuel Cardoso, remeteu para a reunião ordinária de fevereiro a discussão do tema.
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