Nova administração da ULS “repõe justiça” aos enfermeiros

“É reposta uma justiça”. Foi logo que, na passada sexta-feira, 14, a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Conceição Rodrigues, classificou a decisão tomada pela novidade governo da Unidade Sítio de Saúde (ULS) da Cova da Extremidade em remunerar os retroativos, desde 2018, aos enfermeiros, de um valor que tinha ficado “glacial” face à atualização de tabelas salariais. Em justificação, segundo a dirigente, estará um valor global na ordem dos 10 milhões de euros.

“A ULS de Forte Branco, em 2022, fez um estudo sobre os valores em dívida lá, e andavam na vivenda dos nove milhões. Cá, não deve ser muita a diferença, talvez um pouco mais” explica Conceição Rodrigues, justificando com o facto de, na Cova da Extremidade, ter mais enfermeiros ao serviço que na capital de região.

Na sexta-feira, o SEP procedeu à retirada das faixas que, à ingresso do Hospital Pêro da Covilhã, acusavam a governo da ULS de ter uma dívida para com os enfermeiros e não querer remunerar. Um ato “simbólico”, mas de grande significado, segundo a dirigente. “Quando colocamos uma filete a exigir, depois também a devemos retirar quando a situação é corrigida” frisa Conceição Rodrigues, que classifica esta atitude porquê uma “prova de crédito, reconhecimento e valorização de uma decisão que levou muito tempo a tomar”.

Segundo o Sindicato, acaba por ser resolvida uma “das maiores injustiças com que os enfermeiros estavam confrontados”, depois de sete anos de luta “em torno desta justa reivindicação”. Conceição Rodrigues elogia a novidade governo, liderada por João Marques Gomes, e deixa críticas à anterior, presidida por João Casteleiro. “As decisões prendem-se sempre com as pessoas que estão avante das instituições. Dependemos sempre dessas pessoas. Alguns, para não se sentirem pressionados pela tutela, simplesmente não tomavam decisões. Ou só faziam o que a tutela decidia” frisa a sindicalista.

Quanto à forma de pagamento, para já estão definidos os pagamentos dos anos 2018 e 2019. O primeiro será pago em julho deste ano, o segundo, em dezembro. Em 2026 serão decididos os restantes anos. Conceição Rodrigues afirma que, para já, o que está acordado é o pagamento faseado destes 10 milhões aos muro de 150 enfermeiros que trabalham na ULS Cova da Extremidade. Os restantes anos poderão também ser pagos de forma faseada, ou na totalidade, mediante o verba que a Governo Médio dos Serviços de Saúde (ACSS) transfira para a ULS.

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