Quantcast
UJL: Quem são e como pensam os jovens liberais que querem disputar cargos na UNE - Mundo News
17 de Maio, 2025

Mundo News

Seu Mundo! Suas Notícias!

UJL: Quem são e como pensam os jovens liberais que querem disputar cargos na UNE

7 min read
UJL busca superar diferenças e unir direita mirando União Nacional dos Estudantes, tradicional reduto jovem da...

“Ai que bom seria se comunista entendesse economia”, gritaram os estudantes que compõem a União Juventude e Liberdade (UJL) posteriormente participarem do 38º Fórum da Liberdade, conferência sobre política e economia. Adesivos e a bandeira da entidade, exibidos orgulhosamente durante os dois dias de evento, somavam-se aos elementos que caracterizavam o grupo porquê segmento de um movimento estudantil.

Apesar de reproduzir a imagem tradicional de uma juventude política, a UJL tem mais diferenças que semelhanças com as correntes contra as quais compete. Criado em julho de 2020, o grupo tem as defesas da liberdade individual, da propriedade privada e do livre mercado porquê pautas prioritárias e advoga pelas cotas sociais em substituição às raciais – diz que o atual sistema favorece “pessoas de subida renda e historicamente privilegiadas”, sem explicar porquê. Outrossim, esses estudantes são favoráveis à gestão privada das universidades públicas.

Por que isso importa

  • Integrantes do UJL buscam espaço na UNE porquê segmento do projecto de ampliar representação política de jovens, apostando em pautas “neutras” para se projetarem e já colhem frutos fora do envolvente estudantil, com vitórias nas eleições municipais.

As posições não ressoam muito nas forças que hoje comandam a União Vernáculo dos Estudantes (UNE), órgão sumo de representação dos universitários brasileiros, apontou a atual secretária universal da instituição, Julia Köpf. “O exposição que eles pregam não é o exposição da veras do estudante brasiliano. É um grupo muito elitizado, que tem outras prioridades”, afirmou Köpf, militante da juventude do Partido dos Trabalhadores (PT).

Autointitulados “maior organização de juventude de direita da América Latina”, os estudantes da UJL querem disputar cargos na UNE justamente por não se verem representados. “Nós reconhecemos a legitimidade da UNE, reconhecemos que ela é a entidade máxima dos estudantes e os estudantes merecem ser representados por inteiro”, explica a diretora vernáculo de notícia da UJL, Sara Almeida, que preside o grupo no Ceará. “Somos um outro jeito de ver a UNE”, resumiu o pernambucano Rafael Nunes, líder vernáculo universitário da UJL.

Interessados em participar do grupo precisam ter até 29 anos e preencher um formulário com perguntas porquê definição ideológica e de que outros movimentos participam. “Para não possuir infiltrados”, explica Gabriel Franco, secundarista e diretor financeiro da UJL no Rio Grande do Sul.

João Ferreira, mentor e fundador da UJL

De pacto com o mentor e fundador da UJL, João Ferreira, o financiamento para manutenção da organização vem de “vaquinhas”, doações de pessoas físicas e de organizações nacionais e internacionais – entre elas a Students For Liberty (SFL) e a Atlas Network. Ele afirma que a entidade não recebe quantia público ou partidário. O estatuto da UJL, no entanto, permite o recebimento desses tipos de verba.

Segundo Ferreira, a UJL tem focado em se internacionalizar e dialogado com institutos liberais, porquê o Cato Institute, um laboratório de ideias [think thank] libertarista norte-americano, e o Objective Standard Institute (OSI), tal qual foco é promover “instrução em filosofia” e “promover a liberdade”. “A gente manda alguns membros para aprender e seguir no ativismo”, explicou. Também por isso, o grupo está em transição para um novo nome: Juventude Livre. “O ‘união’, quando você tenta explicar lá [no exterior], passa muito uma sentimento de sindicato [union, em inglês]”, justificou.

União Vernáculo dos Estudantes (UNE) representa muro de seis milhões de universitários brasileiros.

Antes de ocupar, criticar

Os jovens liberais da UJL dizem que a UNE não tem transparência nas contas, promove “doutrinação ideológica”, sufoca opiniões da direita e tem integrantes “agressivos” – o pilhagem de uma bandeira Gadsden durante o último Conune, congresso da instituição, é usado porquê exemplo nesse cenário. A bandeira é um símbolo libertário, movimento que procura minimizar ou expulsar a interferência do Estado nas dinâmicas sociais.

Köpf defende que a UNE seria um espaço democrático: “É uma entidade que é de traje ocasião à participação dos estudantes e eles participam”. A secretária-geral citou porquê exemplo o traje da UJL, mesmo com poucos delegados, ter tido espaço para expor suas teses no último congresso, em 2023. Admitiu que o grupo foi vaiado durante o pronunciamento na ocasião, mas ressalta: “eles também não foram santos.”

Vice-presidente vernáculo da UJL, a gaúcha Gabriele Benini explica que o foco da UJL é escolher 70 delegados, ou seja, 70 estudantes aptos a votarem nas eleições do Conune, em julho. Os delegados são eleitos pelo corpo estudantil de cada universidade. Benini não expôs quantos delegados o grupo levou para o último congresso: “não tenho certeza”.

Ainda que consigam atingir a meta, o “cima escalão” da UNE segue fora de cogitação. A atual presidente, Manuella Mirella, da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi eleita em 2023 com 4.593 votos, 74,27% do totalidade. A placa com menor votação que conquistou uma cadeira na diretoria executiva teve mais de 300 votos. Sem delegados suficientes para contender por um dos 17 cargos mais altos, o objetivo é invadir uma das 68 diretorias gerais, que garantiriam a participação da UJL em discussões internas da UNE.

UJL participou de debate sobre os rumos da instrução e do movimento estudantil no Fórum da Liberdade 2025

Múltiplas ideologias e um grande duelo

Um dos desafios da UJL é manter a unidade. O movimento acolhe liberais, sociais liberais, libertários, progressistas, conservadores, e membros de diversos partidos da direita, porquê Novo, PSDB, PL e Podemos. Assim, várias correntes são mantidas oficialmente – e nem sempre estão na mesma página.

“A gente fomenta muito a flutuação ideológica interna”, explica João Ferreira. Guilherme Esparza, do interno de São Paulo, por exemplo, se define porquê “liberal por completo”, o que inclui pautas econômicas e de costumes; já Sarah Cristina, do Amazonas, se diz liberal e “muito conservadora”.

Fundar uma manante na UJL é facil: é necessário exclusivamente que 10 membros assinem o pedido e indiquem o nome do subgrupo, cabendo à diretoria executiva “prometer a firmeza” do movimento, prevê o estatuto.

Até mesmo a decisão de quais postagens fazer nas redes sociais é mira de disputa. “Enquanto no Rio Grande do Setentrião a gente tem uma juventude mais conservadora, em Pernambuco a gente tem uma juventude muito mais progressista. Logo, ter essa notícia e fazer com que as redes sociais da vernáculo conversem com todas essas ideologias é muito provocador”, explicou Sarah Almeida. A diretora de notícia destaca, entretanto, que nunca houve “luta generalizada”.

Porquê estratégia para invadir os estudantes, o grupo investe em pautas “neutras”, afirmou Franco. “A gente não chega lá dizendo ‘nós somos liberais e nós queremos privatizações’, porque isso chega de forma muito oposta às ideias que estão lá, logo a gente quer chegar com uma teoria mais de atendimento ao estudante, de menos politização”, pontuou.

Membros da UJL eleitos vereadores em 2024: Guilherme Kilter (Novo/PR), de Curitiba, Rafael Lima (PL/MG), de São João del Rei, Giovanna Zanella (PP/RS), de Antônio Prado, Guilherme Livoti (União/PR), de Apucarana, Enzo Fontana (Republicanos/RS), de Santa Rosa, e Dirceu Quadros (PL/RS), de Feliz.

Política partidária além dos limites da universidade

Ainda que o foco seja disputar o movimento estudantil, a UJL não restringe sua atuação às escolas e universidades. O grupo se mobiliza para participar de sessões em assembleias legislativas mesmo onde não elegeu representantes. Em dezembro de 2023, os integrantes defenderam os intervalos bíblicos em Pernambuco, que consistiam em reuniões de estudantes no envolvente escolar para rezar e trovar louvores. A prática foi questionada pelo ministério público estadual por ocorrer sem supervisão de funcionários da escola e sem a participação de outras crenças, porquê mostrou a Agência Pública.

Os estudantes também estiveram presentes na Câmara Legislativa do Região Federalista (CLDF) quando a Frente Parlamentar pela Ensino Livre foi lançada. No evento, o diretor político da UJL e presidente da juventude do Novo no DF, João Pedro Porto, defendeu o ensino do empreendedorismo nas escolas.

Nas eleições municipais de 2024, seis candidatos ligados ao movimento se elegeram vereadores em municípios porquê Curitiba, São João Del Rei (MG) e Feliz (RS). “Foi uma marca muito incrível na última eleição”, avaliou Pedro Ávila, secundarista e líder estadual da UJL no Rio Grande do Sul.

O grupo celebrou a eleição de seus integrantes, mas afirma que, enquanto entidade, não faz campanha por nenhum candidato ou partido. “Unicamente temos membros que se candidatam e que possuem nosso pedestal”, afirmou Benini.

A UJL é um movimento suprapartidário e tem entre seus membros militantes de vários partidos políticos da direita. Benini, por exemplo, além de vice-presidente do movimento, é assessora do deputado estadual Felipe Camozzato (Novo-RS). Quando questionados sobre parlamentares aliados, os estudantes citaram nomes porquê Nikolas Ferreira (PL-MG) e Marcel Van Hattem (Novo-RS), ambos bolsonaristas.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Copyright © All rights reserved. | Newsphere by AF themes.