Belmonte: estradas são encargo para 20 anos

São 930 milénio euros para remunerar, com juros, durante 20 anos. A Parlamento Municipal de Belmonte aprovou por maioria (continência de PSD e CDU) na sua última reunião, o procedimento para contratação de um empréstimo a médio/longo prazo, por segmento da Câmara, para investir na reparação da rede viária do concelho, do qual o concurso deverá ser lançado no início deste novo ano.

Segundo a autonomia, o objetivo é remendar pelo menos três estradas, sendo que a prioridade, segundo António Dias Rocha, é a via que liga a Pátrio 18, a partir do Ginjal, até à Ponte de São Sebastião, em Caria. Além dessa, a teoria é requalificar também o ramal entre o interceptação da Estação e a freguesia das Inguias, e o entrada ao Colmeal da Torre.

“É simples que há outras a fazer, uma vez que a relação entre a A23 e o nó de Maçaínhas. Mas essa é uma estrada vernáculo, não é a da nossa responsabilidade. Já tapámos os buracos” frisa o autarca, que espera agora que as Infraestruturas de Portugal avancem com a obra. “É simples que precisamos do espeque do IP, mas se não houver, para outras vias, avançamos na mesma” garante o autarca, que lembra mais uma vez os danos causados por camiões nas obras de requalificação da Risca da Ourela Baixa, que não foram assumidos pelo Estado. “A IP é que devia estar a remunerar. Mas não os vou largar” garante o presidente da Câmara, desiludido com o comportamento da IP. “O presidente ficou de cá vir há dois meses e ainda não veio” aponta. Rocha recorda que também decorrem quatro processos em tribunal para a autonomia ser ressarcida dos danos causados nas vias por empresas que as usaram.

O PSD, que se absteve, garante que não é contra a reparação das estradas, mas sim do método utilizado. “Ninguém discorda da urgência de tapar buracos, mas da forma. É o reconhecimento que mais de três anos de procuração não foram suficientes para libertar recursos próprios. A pavimentação das vias é importante, mas lamenta-se que seja à custa de mais um empréstimo” frisa o deputado António Cardoso Marques, que vê a autonomia voltar a endividar-se. “Isto não se pode pensar na perspetiva de que quem vier que se amanhe. A reparação não vai ser feita com 930 milénio euros, mas com muito mais. É sobrecarregar o povo” frisa.

Luís António Almeida, do PS, ironiza com posição dos social-democratas. “Não sei qual a incerteza em concordar, quando toda a gente anda nas redes sociais a expor que as estradas estão muito más” afirma, recusando que esta medida tenha um “selo” de “eleitoralista.”

Em novembro, em reunião do executivo, o vice-presidente da autonomia, Paulo Borralhinho, dizia que a perspetiva era que em fevereiro ou março as obras arrancassem em alguma das vias. Depois da aprovação da parlamento, espera-se agora pelo aval do Tribunal de Contas. Borralhinho esperava poder lançar o concurso no início de 2025.  “As vias municipais estão bastante degradadas”, em peculiar devido às obras na Risca da Ourela Baixa e depois na Risca da Ourela Subida, por “os inertes todos terem pretérito pelo concelho de Belmonte” afirmava o autarca.

A parlamento municipal aprovou também por maioria (continência de PSD e CDU) a contração de um empréstimo a pequeno prazo para 2025, no valor de 500 milénio euros, para efeitos de tesouraria, um procedimento que tem feito nos últimos anos por não ter atingido o limite de endividamento das autarquias locais. “Tem sido sempre feito e cumprido” frisa o deputado socialista Luís António Almeida.

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