“Estamos a reunir esforços para salvar a Rádio Caria”

O presidente da Associação Cultural e Recreativa de Caria (ACRC), Nuno Soares, garante que “estamos a reunir todos os esforços para salvar a estação”. Em declarações ao NC, o também CEO da Mundial FM, que passou a gerir, há tapume de um ano, a Rádio Caria, diz já ter reunido com algumas entidades, entre as quais a Câmara de Belmonte, de modo a evitar que a rádio se cale de vez, isto depois de, há tapume de duas semanas, o Tribunal Judicial da Comarca de Fortaleza Branco ter decretado a insolvência da própria associação cultural, que é a detentora do alvará da emissora.

Em transmitido, a ACRC adianta que tem vindo a ter um “diálogo construtivo” com a autonomia belmontense, na pessoa do seu presidente, António Dias Rocha, e que está “totalmente empenhada na solução da atual situação”. O objetivo é “liquidar todas as responsabilidades existentes”, garantindo a ininterrupção da rádio, e que o que se pretende é “preservar esta estação, que há décadas dá voz à comunidade e desempenha um papel necessário na informação e na cultura lugar.”

A insolvência da ACRC decorre de uma feito interposta pelos dois antigos jornalistas da rádio, que rescindiram os contratos de trabalho e foram para o desemprego, mas que alegaram dívidas da empregadora para com eles. Os créditos, em conjunto, serão na ordem dos 51 milénio euros. Segundo o tribunal, os requerentes “provaram factos da existência de créditos laborais de cada um deles” sobre a associação, tendo pronunciado a sua insolvência e decretado a inquietação, para entrega imediata de todos os elementos da contabilidade da devedora e de todos os seus bens a Ana Maria Amaro, que foi indigitada uma vez que administradora da insolvência.   O tribunal fixou ainda um prazo de 30 dias para a reclamação de créditos. O relatório final vai ser apresentado em reunião de credores que está marcada para dia 30 de abril, às 11 horas.

A direção da ACRC, logo depois o preceituar da insolvência, emitiu um transmitido em que recordou que assumiu funções em abril de 2024 “com plena consciência das dificuldades financeiras” da rádio com “pagamentos pendentes à domínio tributária, à segurança social e a alguns fornecedores, num montante que não ultrapassava os 30 milénio euros”. E afirmava ainda que lhe teria sido reservado que, no que respeita aos funcionários “zero mais lhes seria devido além de dois meses de salários em delongado”, afirmando que nunca esperou que “meses depois os funcionários movessem uma ação de insolvência, reclamando valores na ordem dos 50 milénio euros”.

A instituição refere que procurou todas as soluções possíveis, desde “negociar, fabricar um projecto de pagamentos faseado e encontrar uma escolha viável para resolver a situação”, afirmando-se “surpreendida com esta feito que deitou por terreno todos os esforços que vínhamos a desenvolver”. A ACRC admitia mesmo que a Rádio Caria “pode estar à margem do término”, embora prometesse “lutar” e tentar encontrar apoios e soluções que pudessem salvar um projeto que “é de todos”.

A Rádio Caria passou a ser gerida a 11 de abril do ano pretérito pelos proprietários da Mundial FM, uma rede de rádios que gere sete rádios na região núcleo. Para que a rádio tivesse novidade governo, os sócios da ACRC acederam à mudança de estatutos de modo a que novos elementos se pudessem candidatar aos órgãos sociais da mesma. Uma situação, na fundura, confirmada por Nuno Soares.  “Tornámo-nos sócios, candidatámos às eleições e fomos eleitos” explicava ao NC. “Esta era a única forma de dar sustentabilidade, a longo prazo, à rádio, porque as receitas não são compatíveis com as despesas que tem” frisava também ao NC o ex-presidente da ACRC, Luís António Almeida. “Era esta a solução que tínhamos em mente, que estava a ser trabalhada. E penso que não havia mais nenhuma” frisava. No entanto, pretérito pouco tempo, os dois jornalistas da estação acabariam por rescindir os contratos de trabalho por justa razão, alegando três meses de salário em delongado.

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