Tropa abre queimada contra drone que assedia aldeias indígenas na fronteira com Suriname
5 min readSoldados do Tropa lotados no Pelotão Próprio de Fronteira (PEF) Tiriyós, na floresta amazônica do Pará, na fronteira do Brasil com o Suriname, abriram queimada contra um drone que vinha assediando aldeias indígenas no Parque Indígena do Tumucumaque e o próprio pelotão. O equipamento não foi derrubado, mas os militares seguem “monitorando” o matéria e tentando entender quem são os responsáveis pelos sobrevoos.
De pacto com o Tropa, a presença do drone “é indicadora da tentativa de levantamento de informações com potencial para comprometer a segurança dos integrantes do Pelotão, muito uma vez que das comunidades próximas”.
Segundo indígenas ouvidos pela Dependência Pública, o incidente ocorreu no final de setembro deste ano uma vez que ponto culminante de uma série de eventos que, desde meados do mês pretérito, causam uma grande preocupação entre os indígenas brasileiros. Eles relatam não só a presença de homens escondidos ou caminhando na mata uma vez que também a de ao menos dois drones que fizeram sobrevoos em dezenas de aldeias nos últimos dias.
“Essas pessoas estranhas estão invadindo o território. Eles não chegaram pela trilha que a gente costuma caminhar para chegar nas aldeias. Eles chegaram por trás das aldeias, vindo da fronteira. Ninguém sabe quem é esse pessoal. A comunidade pensava que era alguém que tinha ido caçar na região, mas não era”, relatou a liderança indígena Juventino Pesirima Kaxuyana, que ontem falou à Pública por telefone em Oriximiná, mas tem toda a família vivendo na lugarejo Tiriyó.
Segundo Juventino, nos últimos dias foram avistadas pelo menos nove pessoas estranhas à região. Em uma das aldeias, os indígenas colocaram queimada na vegetação a termo de espantar os invasores e, na correria, pelo menos um deles ficou ferido, mas conseguiu fugir, conforme relato da liderança indígena. Alguns voos dos drones ocorreram em aldeias localizadas a menos de 10 km do pelotão do Tropa.
“Eles usam roupa camuflada. Pelo menos um é branco. Supomos que sejam traficantes, porque eles agem dissemelhante dos garimpeiros quando eles chegam num sítio. Estamos reivindicando a proteção do Tropa e do governo brasileiros. Eles estão escondidos na mata. Eles sabem que o Tropa está por lá agora [nas aldeias], mas, quando o Tropa for embora, eles vão trespassar. Esse é o susto das lideranças”, disse Juventino.
Região é de difícil chegada
O PEF, que opera também com pessoal da Aviação, está situado ao lado da maior lugarejo Tiriyó no Brasil. Sem relação por estradas, é uma localidade muito afastada de centros urbanos – está há mais de 400 km de Macapá (AP) e muro de 1,9 milénio de Belém (PA) – à qual só se chega de avião ou por caminhos na mata.
No Parque Indígena do Tumucumaque vivem muro de 3 milénio indígenas em mais de 30 aldeias das etnias Tiryó, Kaxuyana, Wayana, Aparai e Akuriyó, além de dois grupos isolados. É uma região ameaçada pela presença cada vez mais permanente de garimpeiros no lado do Suriname. Há quatro anos, a pressão aumentou a partir da invenção de um veio de ouro a respeito de 40 km da fronteira. Na era, um grupo de Tiriyó decidiu destruir por conta própria uma pista de pouso clandestina que operava no lado brasílico da fronteira.
Em outubro de 2020, o Juízo de Caciques e Lideranças Indígenas Tiriyó, Kaxuyana e Txikiyana encaminhou uma carta a diversas autoridades para invocar atenção para a presença de garimpeiros em locais muito próximos das aldeias brasileiras, inclusive com pistas de pouso, barracas de lona e um quadriciclo.
A tentativa de desmoronar o drone e a presença de pessoas ainda não identificadas nas proximidades do PEF foram confirmadas à Pública nesta sexta-feira (18) pelo Meio de Informação Social do Tropa, em Brasília.
Em nota à reportagem, o Tropa informou:
O Meio de Informação Social do Tropa informa que na região do Pelotão Próprio de Fronteira (PEF) de Tiriyós, no Parque do Tumucumaque, todas as atividades são realizadas de forma integrada com a Força Aérea Brasileira, que possui uma instalação no sítio, muito uma vez que com outros órgãos competentes, uma vez que a Funai, por exemplo, em estreita relação com as comunidades locais, indígenas e não indígenas.
Foi observada, nos últimos dias, a presença de elementos estranhos (ainda não identificados), nos periferia das instalações militares do PEF. Nesse contexto, os militares do Tropa avistaram um drone próximo às instalações do pelotão. A presença desse tipo de equipamento é indicadora da tentativa de levantamento de informações com potencial para comprometer a segurança dos integrantes do Pelotão, muito uma vez que das comunidades próximas. Por esse motivo, a equipe responsável pela vigilância realizou procedimento para abatê-lo, porém, sem sucesso. Até o presente momento o Tropa não identificou o operador do drone, mas continua monitorando.
Por oportuno, destaca-se que as tropas do Tropa possuem normas de conduta e regras de engajamento que orientam as ações dos militares, priorizando a proteção de civis, muito uma vez que a minimização de danos colaterais. As ações e respostas são sempre executadas pensando-se na segurança de todos os envolvidos.
Ainda, informamos que há orientações expressas para que os militares que operam na fita de fronteira sempre reajam a quaisquer ameaças que coloquem em risco as comunidades em território brasílico (indígenas, não indígenas e tropas), sempre levando em conta a possibilidade de danos colaterais.
Destaca-se que, felizmente, não houve vítimas ou danos à comunidade ou à tropa, durante o incidente, o que demonstra a eficiência das decisões dos militares, mesmo tomadas sob pressão.
As tropas do Tropa seguem vigilantes, atentas ao seu mister constitucional, mantendo-se prontas para cumprirem a sua missão na fita de fronteira, de forma integrada com outros órgãos e agências, muito uma vez que disponível para a população social da superfície (comunidades), esclarecendo sempre que houver urgência.