Viúva de Vladimir Herzog recebe pensão vitalícia do marido assassinado, 50 anos depois
3 min read

A justiça tarda mas não omissão e finalmente concedeu pensão vitalícia a Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências do DOI-CODI, durante a ditadura militar, em 1975, em São Paulo. A foto forjada com a morte dele enforcado virou símbolo da luta contra o regime.
Em nota, o Instituto Vladimir Herzog, disse que a decisão é uma reparação histórica para Clarice e elogiou a decisão tomada pela 2ª Vara Federalista Cível do Região Federalista, que garante à viúva pensão R$ 34,5 milénio mensais. Desde o assassínio do marido, Clarice liderou uma longa guerra por justiça.
A decisão foi em caráter liminar e faz secção de uma ação de enunciação de anistiado político post-mortem para Vladimir. Herzog era jornalista da TV Cultura e dramaturgo brasílico. Foi assassinado depois de ter se apresentado, de forma voluntária, para depor no Destacamento de Operações de Informação – Núcleo de Operações de Resguardo Interna (DOI-CODI).
Foto forjada
Viúva aos 34 anos, Clarice dedicou sua vida a buscar justiça pelo assassínio do marido. Durante anos, enfrentou perseguição do regime por expor a verdade e cobrar investigações duras sobre o caso.
Em 2013, a Justiça de São Paulo reconheceu que a morte do jornalista foi resultado de tortura. Na estação, o laudo solene fraudulento apontava que Vladimir Herzog havia se enforcado com o cinto que vestia ao dar ingresso na prisão. Não foi zero disso.
Décadas depois, o fotógrafo Silvado Leung, que foi obrigado a fazer foto, revelou que a cena foi forjada pelos militares da estação para fazer com que as pessoas acreditarem que Herzog teria tirado a própria vida na prisão.
Leia mais notícia boa
- Mochilas com carregamento solar ajudam crianças a ler à noite em locais sem energia elétrica; prêmio
- Alzheimer: gás anestésico pode ajudar no combate à doença, descobrem cientistas
- Cozinhar ajuda aumentar a felicidade, comprova nova pesquisa
Vladimir Herzog
Vladimir Herzog (1937-1975) era diretor de jornalismo da TV Cultura na estação em que foi assassinado. Até hoje a redação da emissora tem o nome dele, em homenagem.
O profissional também trabalhou em diversos veículos de informação ao longo da curso, porquê o Estado de São Paulo e a BBC de Londres.
A morte de Herzog teve grande impacto na sociedade brasileira e se tornou um símbolo de luta contra a repressão da ditadura.
Próximos passos
Segundo a justiça, o pagamento da pensão deve ser feita em até 60 dias depois a publicação da portaria, pelo Ministério do Planejamento
Para a família, a liminar “acontece no marco de 50 anos desse violação e da incansável luta de Clarice por justiça para Vlado”.
Foto forjada da morte de Vladimir Herzog em 1975. – Foto: reprodução SJPDF
Desde o falecimento do marido, Clarice luta por justiça. – Foto: Registo pessoal