“Olhares sobre a Covilhã”: obras prioritárias e não prioritárias
3 min readAntónio Rodrigues de Assunção
Professor
No meu revinda a oriente jornal centenário, a minha pretensão maior, pelo menos nos tempos mais próximos, é lançar olhares, atentos, críticos e, na medida do provável, propositivos, sobre a verdade da nossa cidade/concelho, numa lance que se avizinha eleitoral, oferecido que teremos no próximo ano eleições autárquicas. Não escondo que essas eleições assumirão relevo peculiar, pois em justificação estará muito do nosso porvir. Só espero que as candidaturas que vão surgir se compenetrem dessa prestígio e direccionem os seus esforços, estudos e projectos para os interesses do concelho, pondo para trás das costas rivalidades e até quezílias de “egos”, coisas que, derivando do pensão das subjectividades, para não expressar vaidades, só podem ser prejudiciais à prossecução daqueles imperativos maiores.
Elegi para oriente meu primeiro cláusula algumas considerações sobre uma obra que está em curso na Avenida da Universidade. A Câmara assinala que aquela avenida principia na “Rotunda do Hotel Santa Eufémia” e termina nos semáforos da Rotunda do Rato, junto da UBI. Seja-me permitida cá uma reparo: acho inoportuno escolher, no caso esta Rotunda, uma vez que sendo a Rotunda de um Hotel. Porquê todos sabemos, aquela Rotunda é onde tem início a Parque Pêro da Covilhã. Acho de mau palato. Por que não “Rotunda Pêro da Covilhã”?
O objectivo desta obra é a requalificação da referida via, caraterizada pelo seu muito tráfico e piso degradado. Seu dispêndio: 250 milénio euros. Para além da mediação no piso, realmente necessária, estão previstas também algumas intervenções nos passeios. De facto, em largos troços, os espaços para as pessoas são muito estreitos e, em alguns casos, encontram-se degradados. Por cá, não me parece despropositada esta obra. Porém, as críticas surgiram em catadupa, algumas, sem incerteza, pertinentes e dignas de consideração. A sátira mais consistente consistiu em expressar que esta obra de requalificação não é prioritária, até porque outras obras, e não só no sector viário, são merecedoras de outra atenção e prioridade. Diz-se, e com razão, que não se avançou para a construção ou aproveitamento de edifícios para estabelecimentos de creches, de que a cidade está muito carente. E mesmo no que concerne a ruas e avenidas, outras há, e os respectivos passeios pedonais, merecedoras de prioritária atenção, o que é uma verdade muito evidente.
A Avenida da Universidade é, na verdade, importante, sendo uma via estratégica para a ingresso e saída da cidade, ligando esta à A23, rumo à Guarda e a Forte Branco, e daqui para Coimbra. Quanto aos passeios pedonais acusa-se o proprietário da obra de, com o seu dilatação, se diminuírem os lugares para estacionamento. É provável ver cá alguma razão. Mas é preciso também levar em conta as pessoas, que em alguns troços muito têm que se encolher para se protegerem do trânsito e, no Inverno, para não “levarem” com algumas chapadas de chuva. Hoje em dia, a construção/reconstrução de uma cidade exige que esta não o seja somente em função dos automóveis, mas, em primeiro lugar, para as pessoas, ou, pelo menos, um pouco mais para as pessoas…
Requalificar ruas e avenidas é imperioso, não esquecendo a requalificação das estruturas da pedonalidade. Uma boa mobilidade agradece.
Manancial: https://noticiasdacovilha.pt/olhares-sobre-a-covilha-obras-prioritarias-e-nao-prioritarias/