Festival Amália Rodrigues homenageia o fado no Fundão

Camané, Teresinha Landeiro, Joana Amendoeira, Flávia Pereira, Nani Medeiros e Ana Paula e Custódio Forte são algumas referências do fado, de diferentes gerações, que integram o papeleta do primeiro Festival Amália Rodrigues, a transcurso no Fundão entre sexta-feira e domingo e que pretende homenagear uma filha da terreno.

A Associação Fado Cale e a Câmara do Fundão juntaram-se para, no ano em que passam 25 anos sobre a morte de Amália, e o Concurso Amália Rodrigues, talhado a jovens talentos, completa a décima edição, avançarem com o primeiro grande festival de fado da região.

Além de descentralizar o fado, a iniciativa vai juntar no Fundão murado de 40 músicos e ressaltar as raízes de Amália no concelho, através de um conjunto de iniciativas. “Não são só concertos”, avisa o presidente da Associação Fado Cale, Leonel Barata, que alerta para o programa diversificado, com o bilhete universal vendido a 25 euros.

Está prevista a apresentação do livro “Amália Rodrigues – origem, raízes e história”, de José Barata de Castilho, sexta-feira; na manhã de domingo um passeio pedestre para visitar as geografias da fadista na cidade; uma oficina de instrumentos musicais, com Óscar e João Cardoso; uma lição de retrato em concertos; uma oficina sobre a escrita de trova de negócio com as métricas do fado ou a exibição do documentário, sábado, sobre Amália Rodrigues, da autoria de Manuel Mozos. As noites terminam com fado vadio na sede da Associação Fado Cale.

“Levante programa é arrojado, com nomes de referência, e tem uma vertente bastante abrangente e diversificada”, frisou a vereadora com o pelouro da Cultura, Alcina Cerdeira.

O programa escolhido teve em conta “uma transversalidade naquilo que é o contexto do fado nas suas mais diferentes vertentes”, vincou Leonel Barata. Com a inclusão do X Concurso Amália Rodrigues, pretende-se também promover e incentivar novos intérpretes.

“Queremos tornar o Fundão num núcleo de geração de dinâmicas territoriais e de diversificação da experiência do fado”, realçou Leonel Barata.

O epicentro do festival será o Octógono, onde Camané atua sábado às 22:30, mas estende-se ao Meio de Negócios e de Serviços, à Associação Fado Cale, à Igreja Matriz do Fundão, onde Amália foi batizada e se realiza uma missa fadista com José Quaresma, e a restaurantes aderentes ao Festival Gastronómico Sabores de outono, onde as fadistas Ana Lopes e Lara Rodrigues vão atuar às refeições.

O presidente da Associação Fado Cale lembra que os oito irmãos de Amália, entre os quais Celestino Rodrigues, nasceram no Fundão, as tias, com quem passava tempo, viviam na Rua da Cale, os pais a somente alguns metros e o município está a projetar a moradia temática O Lugar de Amália na mesma artéria, uma relação que leva o concelho a recordar a fadista num evento que permite ao público da região “juntar todos estes fadistas num festival de três dias”.

“Alguns destes fadistas já vieram à região, mas esta é uma oportunidade de o público os ver nestes dias e espero que seja uma oportunidade de ver fadistas que nunca tiveram oportunidade de ouvir antes”, salientou Leonel Barata, também músico e fadista.

Segundo o responsável, o sucesso da iniciativa “passa pela concorrência que tiver”, espera que seja “o primeiro de muitos” e, embora conte que o festival se “sedimente na Margem Interno”, frisou que “a teoria é que venha a ser um evento pátrio e ibérico”.

“Queremos que esteja no planta dos festivais de fado, que seja uma referência”, acrescentou a vereadora, que tem percebido nas novas gerações um maior interesse por nascente género músico.

O fado e pranto de Nani Medeiros está marcado para sexta-feira, às 21:30, seguido do concerto de Teresinha Landeiro, uma hora depois. Camané atua sábado, depois de Flávia Pereira, e Joana Amendoeira sobe ao palco na noite de domingo, na final do Concurso de Fado Amália Rodrigues.

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