Camiões para a traço férrea continuam a degradar estradas
3 min readDepois da Risca da Extremo Baixa, agora é a Risca da Extremo Subida quem está a provocar estragos. O presidente da Câmara de Belmonte, António Dias Rocha, admitiu na passada semana que depois da passagem de camiões para abastecer as obras da traço férrea, na Extremo Baixa, as estradas do concelho ficaram muito degradadas, mas que os estragos não se ficaram por aí, já que agora é com os pesados que fornecem as obras da traço férrea na zona da Guarda que as vias se vão deteriorando.
“Andávamos a reivindicar há muito tempo a Risca da Extremo Baixa. Conseguiu-se, mas os estaleiros estavam cá. Era cá que os camiões circulavam, traziam pedreiras do Fundão. E agora continuam, mas para a Risca da Extremo Subida. Portanto, as nossas estradas estão num estado lastimoso. E não há candidaturas à Europa para estradas, quando temos autoestradas onde não passam carros e se gastaram milhões” lamenta o presidente da autonomia, que reuniu recentemente, em Lisboa, no ministério da habitação e obras públicas.
Dias Rocha diz ter transmitido aos governantes que se sentia injustiçado por alguns municípios vizinhos “estarem a beneficiar de obras das Infraestruturas (de Portugal), nomeadamente a Covilhã. O que nos foi reservado é que vai ser proposto a Belmonte o mesmo. Que é o município ter a base da mediação, tapamento de buracos, e os pisos ficam com as Infraestruturas. Vamos ver que proposta nos vão fazer, até porque me sinto extremamente prejudicado” salienta.
Na última reunião municipal, o autarca anunciou que tinha a discurso nos tribunais quatro processos contra empresas que danificaram vias municipais, aquando das obras de modernização da Risca da Extremo Baixa, pois segundo ele, a lei dizia que tinham que remunerar indemnizações em relação ao que danificaram. Ações que, mesmo que a proposta da IP seja favorável, se vão manter. “Não pagaram licenças que tinham que suportar, e fizeram-no noutros concelhos. Na Covilhã, no Fundão. E cá não querem remunerar. São estradas ligadas à A23, uma vez que a relação de Belmonte a Maçainhas, relação do nó de Maçainhas ao Ginjal, para dar relação a Manteigas e Guarda. São do concelho de Belmonte. Mas que estragaram. As ações são coisas distintas, aceito negociar com as empresas. Indemnizam e as ações em tribunal param” assegura.
Segundo Dias Rocha, a estrada mais danificada, e à qual a autonomia dará prioridade, com ou sem quantia do Estado, é a relação entre o Ginjal e Caria. “É a que tem mais trânsito, à qual vamos dar prioridade. Também temos o ramal da Estação às Inguias ou a estrada do Monte do Sacerdote. Já tivemos das melhores estradas da região e hoje são das piores. Tem que se fazer um esforço, que ainda quero fazer leste ano” garante.
Recorde-se que há anos que a autonomia reclama ser ressarcida pelos estragos provocados, em diversas vias concelhias, durante as obras na ferrovia, e tem falado com Governo e IP para que assumam a reparação das mesmas, mas até hoje, zero aconteceu. O mau estado das estradas concelhias tem sido mira de contradição, não só por secção de populares, uma vez que dos próprios autarcas. Dias Rocha diz que tem feito pressão junto das entidades responsáveis e critica o tratamento diferenciado que outras autarquias, uma vez que a Covilhã, têm em relação a Belmonte. “A IP assumiu fazer obras na Covilhã, cá não. E as estradas lá sofreram muito menos que as nossas com as obras da Risca. Talvez o senhor presidente da Câmara da Covilhã seja colega do senhor ministro. Eu não” disse o autarca belmontense na última reunião municipal, prometendo que “com pedestal ou não” da IP, as vias municipais serão reparadas.
Manadeira: https://noticiasdacovilha.pt/camioes-para-a-linha-ferrea-continuam-a-degradar-estradas/