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Faltam médicos nas aldeias - Mundo News
4 de Dezembro, 2024

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Faltam médicos nas aldeias

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Em breve, cerca de 20 por cento da população nacional (dois milhões de pessoas) pode estar privada de médico de família. No concelho da Covilhã, autarcas...

A falta de médicos é um problema pátrio, e concelhio, que afeta sobretudo “as freguesias mais longínquas”. É esta, pelo menos, a opinião do presidente da União de Freguesias de Peso e Vales do Rio, Rui Amaro, que no pretérito dia 25 de novembro, num debate temático “Saúde no município: desafios e estratégias- o presente e o horizonte” promovido pela bancada do PSD na Plenário Municipal da Covilhã, disse que a falta de médicos nas aldeias “é uma veras do dia-a-dia”.

O autarca denunciou que as 15 extensões de saúde do concelho funcionam “a 5 por cento”, algumas com médico exclusivamente numa manhã da semana, outras uma vez por mês, e algumas, nem isso. “A Câmara paga as rendas e não funcionam. Com uma população cada vez mais envelhecida, não se pode continuar a ter médico uma vez por semana, durante duas horas” frisa. “Não se pode continuar com a cabeça enterrada na areia” aponta.

A falta de profissionais de saúde nas freguesias foi mesmo o ponto mais focado do debate. Marco Gabriel, presidente da Junta de Freguesia da Boidobra, também admite que na sua terreno a extensão de saúde “funciona de forma deficiente” e diz que no concelho faltam murado de 50 médicos para as unidades de saúde familiar e personalizada.

David Silva, presidente da Junta de Freguesia do Tortosendo, também se mostrou preocupado com a situação. “Faltam médicos de família. Qual é a estratégia para trazer médicos para a região” perguntou, mostrando a disponibilidade da autonomia em ser “secção integrante da solução” e anunciando que irá reunir com a gestão da Unidade Sítio de Saúde (ULS) da Cova da Extremo para debater o tema.

Na semana passada, a Federação Vernáculo dos Médicos avisou que, em breve, o número de utentes sem médico de família, em Portugal, pode atingir os 20 por cento da população (murado de dois milhões de pessoas), uma vez que no último concurso um terço das vagas ficaram por preencher e o número de aposentações vai aumentar em 2025. Neste momento, estima-se que 1,7 milhões de portugueses não tenham médico de família.

Durante o debate, o PSD, por Vanda Ferreira, lembrou que faltam profissionais de saúde num concelho com população envelhecida, que tem cada vez mais dificuldade em ter chegada a cuidados de saúde. E apontou o dedo ao executivo socialista que governa a Câmara. “Tem adotado permanentemente uma postura de negação, preferindo esconder-se detrás dos discursos otimistas, em vez de enfrentar as evidências. O problema não desaparece por não ser reconhecido, pelo contrário, agrava-se” frisa.

Vasco Lino, da bancada “Covilhã tem força”, apontou algumas soluções que podem ser implementadas no concelho, em parceria com privados, e com recurso a Unidades Móveis de Saúde, que já existem no seio de algumas instituições.

Vítor Reis Silva, do PCP, disse que no domínio da saúde a autonomia faz pouco e se limita a ir comprando umas viaturas. “É muito pouco, insuficiente e medíocre” aponta, lembrando também a falta de médicos em locais porquê Povoado de Souto ou Casegas.

Nuno Reis, do CDS/PP, diz que a Covilhã, porquê cidade em que existe uma Faculdade de Medicina, tem que fazer mais neste domínio e acusou o executivo de pouco investimento na restruturação de instalações, quer nos cuidados primários, quer no próprio Meio Hospitalar Universitário da Cova da Extremo (CHUCB).

Já Hélio Quinteiro, do PS, garante que a Câmara tem feito o seu trabalho, apesar de comportar que, por vezes, não é suficiente. “O município tem feito muito e as pessoas que trabalham nesses serviços e os utentes que recebem esses cuidados sabem-no e atestam-no”, conclui.

Vítor Pereira, presidente da Câmara, recordou que a contratação de médicos não é responsabilidade da autonomia, que muito antes de assumir competências neste domínio já cooperava “de forma intensa, profícua e muito empenhada para ajudar a melhorar as condições dos nossos concidadãos no que diz reverência ao chegada à saúde”. O autarca diz que muitas das sugestões da oposição já estão em realização, menos o acréscimo remuneratório de médicos, que já teve experiências noutros municípios, mas não resultou. “Não é pelo facto de os senhores doutores médicos receberem mais 500, 600, 700 ou 800 e até 1000 euros nalguns casos, que eles vieram para esses municípios”, disse.

O autarca garantiu ainda que a Câmara tem “tudo pronto” para prosseguir com obras de murado de 1.5 milhões de euros em várias infraestruturas ligadas à saúde, em todo o concelho. Vítor Pereira detalhou que se irá investir no Meio de Saúde da Covilhã (422 milénio euros), na Unidade de Saúde de Vila do Roble (71 milénio euros), Meio Saúde do Teixoso (115 milénio euros), Unidade de Saúde São Jorge da Extremo (31 milénio euros), Coutada (22 milénio euros), ET da Covilhã (148 milénio euros) e na Unidade de Saúde do Tortosendo (655 milénio euros). “Hoje, dia 25, estamos em condições de assinar o contrato de financiamento para estas obras”, assegurou. “Fizemos os projetos, foram validados e estão pontos a prosseguir”, vincou.

O teor Faltam médicos nas aldeias aparece primeiro em Jornal Notícias da Covilhã.

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