Concelhia do PS rejeita eleições diretas e saúda interesse de Serra dos Reis

Serra dos Reis, a quem o presidente, Vítor Pereira, retirou em dezembro os pelouros e a vice-presidência da Câmara da Covilhã, anunciou já ter informado os órgãos do PS de que é “candidato a candidato” nas próximas eleições autárquicas e desafiou o partido a fazer eleições diretas internas para a escolha, mas o presidente da concelhia, José Rosa, disse ao NC que esse cenário só seria considerado “numa circunstância-limite” e que serão os órgãos representativos a tomarem a decisão.

Segundo José Rosa, o nome do candidato do PS à Câmara da Covilhã será revelado “em fevereiro, março” e neste momento a Percentagem Política Concelhia está em “processo de reflexão interna”, garantindo que, nesta período, ainda não foram discutidos nomes.

Questionado sobre o repto de Serra dos Reis de envolver os militantes na escolha, através de eleições direitas, José Rosa adiantou que essa possibilidade já foi ventilada em reuniões anteriores da concelhia e adiantou que não se justifica essa premência.

“Os órgãos consideram que só numa circunstância-limite, que não existe. Caso contrário, o que segue é a vida oriundo, que são os órgãos representativos, e que foram eleitos democraticamente, tomarem as decisões que lhe cabem regulamentarmente”, frisou o presidente da Percentagem Política Concelhia.

Numa nota enviada ao NC, Serra dos Reis defendeu que “o próximo candidato e a base da lista do PS devem transpor do atual executivo” e que “não há candidaturas à margem do Partido Socialista”, pondo de lado uma candidatura independente.

José Rosa afirmou ao NC que a concelhia “olha com bons olhos a revelação de interesse em candidatar-se de qualquer militante” e que a vontade indicada por Serra dos Reis, “será tida em conta nos diferentes órgãos da concelhia e será tratada porquê tal, ou seja, sujeitar-se-á à votação dos membros da percentagem”.

Sobre a hipóteses de progredir com eleições primárias, o presidente da concelhia afirmou que os órgãos são soberanos para tomar as decisões e que tal recurso não lhe parece oportuno.

“Isso é uma estorcegão relativamente ao que é normal funcionamento dos órgãos democraticamente eleitos”, argumentou José Rosa.

Apesar de prometer que ainda não se está numa período de discussão de nomes, o presidente da concelhia adiantou que está definido o perfil do candidato, que terá de ser “uma pessoa que tenha conhecimentos técnicos exigidos pela natureza da própria função, conhecimentos jurídicos, tem de ser alguém que saiba, que queira, tem de ser alguém competente e que depois tenha as melhores condições e consiga reunir os consensos”.

José Rosa salientou que o seu papel é “mobilizar todos os meios para manter a unidade do partido, de maneira a promover uma candidatura ganhadora”.

O presidente da concelhia acrescentou que houve quem tenha manifestado publicamente a disponibilidade, quem tenha feito “mais do que isso” e que quem tem de definir “os tempos oportunos são os próprios” interessados em serem candidatos.

Os sucessivos contactos com Serra dos Reis revelaram-se infrutíferos para mais esclarecimentos, mas o ex-vice-presidente da Câmara da Covilhã, que anunciou que vai satisfazer o procuração até ao final, remeteu para uma nota escrita considerações sobre a forma porquê foi longínquo por Vítor Pereira.

Embora tenha acentuado não ter “zero a opor” ao despacho, por serem competências e responsabilidades do presidente, que atribui ou retira aos vereadores sempre que leste entender, critica o método, por não ter sido informado previamente nem ter existido uma conversa pessoal e acusa Vítor Pereira de “uma premeditada tentativa de assassínio político e de compleição”.

“Fê-lo por métodos absolutamente inadmissíveis e incompreensíveis, ou seja, com totalidade falta de moral e urbanidade, sem me olhar nos olhos e falar comigo pessoalmente”, referiu Serra dos Reis, sobre o despacho assinado ao início da noite de dia 20 d dezembro.

O autarca acrescentou que sempre foi, é e será leal e solidário institucionalmente para com o órgão executivo e que tudo fará, porquê vereador, para “manter o seu estabilidade e o seu bom funcionamento, em resguardo do interesse dos covilhanenses”.

Serra dos Reis mencionou ainda ter sido abordado, frequentemente, por personalidades da sociedade social que, nos últimos tempos, “vinham estimulando” a sua candidatura à Câmara da Covilhã.

Vítor Pereira, que legalmente não se pode recandidatar ao função, escusou-se a fazer comentários sobre o caso e remeteu explicações para a reunião privada do executivo de terça-feira, 14, já em seguida o fecho da edição do NC.

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