“O concelho tem uma série de bloqueios que não foram resolvidos”
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Porque decidiu, de novo, ser candidato à Câmara da Covilhã?
Primeiro, porque os órgãos do partido decidiram, uma vez mais, colocar-me esta tarefa. Depois de refletir, vi que ainda tenho condições para enfrentar levante repto. Tenho força, vontade e capacidade. É o que penso e pensa o coletivo da CDU. Sou repetente, espero “passar de ano”.
Há quatro anos, a CDU reforçou a votação e ficou a respeito de 100 votos de chegar à vereação. É esse o objetivo?
A meta é entender o melhor resultado verosímil. Na Câmara, na Reunião, nas freguesias. Claramente, em relação à Câmara, o objetivo é que a voz da CDU volte a ser ouvida. Porque se assim for, é sinal que muitas vozes no concelho passam a ter uma voz no executivo.
Oriente ano, há mais candidaturas. Isso é bom ou mau para a sua candidatura
Não sei o que dizem as sondagens. Aliás, em algumas, o meu nome nem sequer tem aparecido. Já pelo menos três pessoas me ligaram a manifestar que o candidato da CDU não era referido. Mas é um problema que, a mim, sinceramente, não me preocupa. A fragmentação tanto pode ajudar uma vez que prejudicar. Porque à última da hora, haverá apelos ao voto útil, virá a tese da ingovernabilidade, mas nós faremos o nosso caminho, o nosso trabalho, procurando dar a nossa visão sobre o estado do concelho, e sobre o que queremos. As contas fazem-se no termo.
E qual é a Covilhã que vocês idealizam?
Ao termo de 12 anos, e tendo o PS qualquer capital de queixa nos primeiros quatro em relação à legado pesada que teve, houve depois oito anos em que não conseguiu concretizar projetos. O concelho tem hoje uma série de bloqueios que não foram resolvidos, nem há perspetiva de serem, se levante tipo de governação continuar.
Porquê por exemplo…
O planeamento e ordenamento do território. Lembro de Vítor Pereira prometer um novo PDM (Projecto Diretor Municipal) para 2022 e chegamos a 2025 e não temos. Estamos a trabalhar com o da primeira geração. A cidade, desse ponto de vista, tem bloqueios muito sérios. E continua a crescer mal. A exiguidade de planeamento é terrível. Veja-se o que aconteceu com o TCT. É um eixo sem possibilidade de dilatação. Loteamentos sem congruência, que aparecem. Planos de pormenor e de urbanização, não houve um único nestes anos todos. E vamos a determinadas freguesias, uma vez que o Tortosendo, com um meio histórico bastante degradado, onde parece que caiu uma petardo, com todo o saudação. Precisamos de planeamento, que é o que permite um melhor urbanismo, mais participado.
E que mais?
A mobilidade. Não há maior prova de falhanço do que o próprio PS ter votado favoravelmente na parlamento municipal uma moção da CDU que é uma sátira contundente à política de transportes desta Câmara. A licença urbana continua a ter graves problemas, ao nível dos horários, abrigos, frota. Os elevadores estão avariados, parados, com a desculpa de falta de peças. Temos elevadores parados há meses, e se não há peças, é preciso encontrar outro tipo de solução.
O sistema de mobilidade é um falhanço?
É. E é extremamente desigual e injusto. Porque quem vem de São Jorge da Borda paga 150 euros por um passe mensal. Defendemos um passe mensal concelhio de 30 euros. O material circulante é velho, sem ar condicionado, com bancos velhos. Não há muitas palavras para descrever. E nas freguesias rurais, as pessoas passam um calvário para chegar à sede de concelho. Fora dos períodos letivos, as pessoas ficam praticamente confinadas. É preciso resolver rapidamente esta material.
Quanto às acessibilidades, são boas?
Estão uma lástima. Durante anos deixámos de investir na manutenção das estradas, caminhos. Não sei se esta Câmara conseguiu asfaltar qualquer caminho rústico nestes anos. Alguns continuam uma vez que há décadas. Mas há mais. O meio da cidade continua caótico. Fala-se de uma versão que é necessária. Houve projetos, traçados, mas nunca avançou. Quando cai neve, a concorrência à Serra é a conhecida, mas eu até brinco e digo que o caos é de tal ordem que quando as pessoas cá chegam, o tempo que demoram do meio da cidade até à Serra, já a neve derreteu. Além dos GPS encaminharem para ruas do Núcleo Histórico. É o termo do mundo para quem se lá mete… Nem uma sinalética em condições conseguimos ter. Finalmente, temos um consenso na parlamento sobre o IC6, mas o governo diz que não é prioritário. Quando assim é, é preciso possuir uma voz grossa…
Não tem existido?
Não. Pelo menos, nunca a ouvi, perante a exigência de investimentos públicos imprescindíveis para a cidade e concelho.
A Covilhã tem sido esquecida pelo poder médio?
Tem sido esquecida, uma vez que o Interno, em traços gerais. As cidades médias continuam a perder população. A Covilhã irá continuar a perder, e o que vai compensando é o saldo migratório.
O que se pode fazer para inverter?
As pessoas fixam-se se tiverem trabalho e salários dignos, se tiverem respostas sociais e serviços públicos de qualidade. Falo de creches, onde nós hoje temos um problema muito sério no entrada a elas. Centenas de famílias à procura de uma vaga que não existe. Porque não houve planeamento. Porquê é verosímil concordar que o Bolinha de Neve tenha estado fechado tantos anos e a Câmara não tenha feito zero Esta é uma conhecimento do Estado. Mas chega a um ponto em que o poder lugar tem que fazer voz grossa e, tendo aceite a transferência de competências, podia assumir a geração de uma creche pública municipal. Já houve municípios que o fizeram no País, dando resposta aos pais e crianças. Ao nível do pré-escolar, também. Há imensas famílias à procura de vagas.
Isso pode distanciar pessoas do concelho?
A mim parece-me evidente. Que saiam, ou não venham.
Que mais faz falta
Faltam equipamentos que deviam estar projetados. Porquê o pavilhão multiusos, um parque urbano. E temos a Feira de São Tiago a rebentar, todos os anos, com o Multíplice Desportivo. Que está num estado lastimável. Que não está vocacionado para levante tipo de eventos. Mas há mais exemplos: a piscina municipal dos Penedos Altos. Foi um erro o que lhe puseram em cima. Autêntica sucata. Agora investimos murado de mais 800 milénio euros para resolver problemas de estabilização do muro, perdas de chuva, mas é um erro. Nestes últimos anos já lá vai mais de um milhão de euros, e continuamos sem piscina coberta que responda às exigências e aponte para o horizonte. Há um défice ao nível dos equipamentos que precisamos resolver para sermos uma cidade inclusiva, moderna e que atraia população. Na saúde temos um hospital que vai respondendo às necessidades, mas é simples que há problemas, uma vez que a captação de médicos, ou as extensões de saúde.
Que medidas preconiza
Vamos apresentar a iniciativa “Covilhã em congresso.” Nos primeiros seis meses de procuração, de participação coletiva, com o objetivo de discutir o horizonte numa série de eixos. Porquê o desenvolvimento poupado, onde há uma série de coisas que continuam no papel. Mas também o problema da habitação, dos serviços públicos, da mobilidade. Pôr sindicatos, movimentos, empresários, eleitos, a discutir o que deve ser o caminho a seguir nos próximos anos. Sem marchar a contratar consultoras. Pensamos que se pode fazer muito mais do que se fez. É preciso mobilizar vontades, com a Câmara a mediar e a reivindicar do poder médio o que for da sua conhecimento.
E nas freguesias, o que falta
A reivindicação é de 5% do orçamento anual para elas. A Câmara anda à volta dos 3,5. Nós queremos ir mais além, aos 7,5. E discutir obras imprescindíveis no início de cada ano, para cada orçamento. Se chegássemos aos 10% para as freguesias, com tudo isto, era uma revolução na qualidade de vida das pessoas que lá moram. Foram esquecidas. Há investimento, por exemplo, no domínio da habitação? Temos muito fogos devolutos, mas a atuação foi sempre insuficiente. Há mecanismos para fazer face a isso.
Olhando para antes e depois destes últimos 12 anos, a Covilhã evoluiu, estagnou ou andou para trás?
Houve problemas que foram resolvidos. Mas a natureza das coisas é que quando se resolve uma coisa, surge outra premência. É isso que deve motivar os poderes públicos. No projecto cultural, por exemplo, há um antes do Teatro Municipal, e um depois. É evidente. Aliás, a proposta do PSD para um novo meio cultural, depois do eclipse totalidade que foram esses os seus mandatos, é o sol em todo o seu esplendor. Custa-me a confiar, depois do que vi no pretérito.
Onde houve mais evoluções?
No projecto do desporto, no associativismo. No projecto orçamental também houve, tinha que possuir. A Câmara conseguiu captar muitos fundos comunitários e fez o que tinha obrigação de fazer, ir às candidaturas. Mas por trás tem que possuir uma estratégia, que não se vislumbra. Andámos a pintar ciclovias para quê? Não houve estratégia e resultou num flop.
Uma das principais batalhas tem sido a chuva e saneamento. A Covilhã está melhor agora
Há uma evolução. Pelo menos os 51% passaram a valer mais que os 49. No procuração de Carlos Pinto era ao contrário. No saneamento iniciou o resgate, e na nossa perspetiva, muito. É o único caminho que pode permitir decrescer os preços. Hoje pagamos o mais custoso do País, o que é inadmissível. Na chuva já não estamos no topo da tábua a nível vernáculo, mas ainda somos dos mais caros do região. Connosco, o resgate mantém-se. Devia era ter sido mais cedo. Mantenho a opinião de que a ICOVI é para extinguir, porque é 100% municipal, mas vende a chuva à Águas da Covilhã e depois esta, a nós. Há um intermediário que não faz sentido, que é remunerado. Não faz qualquer sentido. A gestão e saneamento pode passar perfeitamente por um departamento municipal, uma vez que existe noutras câmaras.
O que será um bom resultado dia 12 de outubro?
Sem presunção, é reconhecido à CDU que quando os órgãos autárquicos têm os seus eleitos, contribuem sempre para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Com propostas, com denúncia, obrigam os outros a trabalhar mais. Esse crédito é-nos devido. Portanto, o melhor resultado para a população é que a CDU possa ser reforçada, para resguardo do poder lugar. Que deve tutorar as populações e resolver os seus problemas. Vamos trabalhar para obter o melhor resultado.
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