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“Quando, no Teixoso, se produziu arroz” - Mundo News
6 de Junho, 2025

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“Quando, no Teixoso, se produziu arroz”

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Carlos Madaleno O Teixoso sempre foi terra de excelentes produções agrícolas. Os férteis terrenos, a abundância das águas, o empenho e labor de seus habitantes teceram...

Carlos Madaleno

O Teixoso sempre foi terreno de excelentes produções agrícolas. Os férteis terrenos, a opulência das águas, o esforço e labor de seus habitantes teceram uma belíssima manta de retalhos formada por vinhas, olivais, lameiros, cearas e pequenas hortas.

No ano de 1863, sobressaiam, na exposição Lisbonense, as vestígios de seda produzidas por Dona Victória Donoso Tinoco, abastada representante da sociedade teixosense.

Em 1884, na Exposição Agrícola, que teve lugar na Real Tapada da Ajuda, em Lisboa, o Teixoso mostrava o que de melhor produzia. A recompensa foi feita sob a forma de menção honrosa atribuída a José Ferreira de Pina Embatucado, porvir barão do Teixoso, que era também um dos maiores produtores agrícolas da região. José Ferreira de Pina Embatucado tinha uma produção média anual de 10.000 litros de vinho, rondando os 500, 600 réis os 10 litros. Participou na exposição com tintos de 1881 e 1883, branco de 1883 e vinagre. No mesmo concurso, mais uma menção honrosa foi atribuída a outro teixosense, Joaquim José Fernandes do Amaral, mas agora na categoria de óleo e outros óleos.

Em 1887, o “Relatório acerca dos serviços philloxéricos” referia a Quinta dos Eucaliptos, de José António da Cunha, em Gibaltar, uma vez que a melhor exploração vitícola do concelho.

No ano seguinte, em 1888, na Exposição Industrial Portuguesa, na troço agrícola, o Teixoso fez-se, uma vez mais, simbolizar com 11 expositores, ali estiveram presentes, António Sousa Guerra, António Bernardo da Fonseca e Cunha, entre outros, maioritariamente, produtores de vinhos.

Em 1917, a 20 de maio, o sindicato agrícola da Covilhã, criado em 1911, organiza uma exposição agrícola regional onde são galardoados os melhores produtores. Francisco Teles Andrade Rato, do Teixoso, ganha a taça de honra. Dos produtos apresentados por oriente colono, destacavam-se uma pera “Andrade”, proveniente de uma vegetal selecionada por si, e batatas obtidas a partir da semente da baga da batateira, segundo técnica por ele desenvolvida. Esta exposição demonstrou ainda que, no Teixoso, se continuava a produzir linho, apresentando António Carloto vestígios deste resultado em todas as fases até à manufatura. Já Francisco Carloto expôs exemplares de beterraba sacarina.  No ano seguinte Francisco Rato arrecadou uma vez mais o primeiro prémio.

Apesar de todas as inovações agrícolas introduzidas no Teixoso, poucas ou nenhumas foram tão peculiares uma vez que a produção de arroz, levada a efeito pelo já referido Dr. José António da Cunha. Em 1886 o “Jornal Prático de Horticultura” reproduzia o seguinte texto da sua autoria: «Aproveito esta ocasião para lhe orar o resultado que tirei da sementeira do Arroz de Serra na minha quinta dos Eucaliptos, no Teixoso: No dia 17 de abril do ano findo semeei, em terreno muito preparada e adubada com estrume de curral, 350 gramas de arroz proveniente da colheita que fiz em 1885. Começou a nascer a 8 de maio, e, durante o resto deste mês, foi mondado e arralado, desenvolvendo-se com força e sendo regado diferentes vezes. Desde 15 de junho até 4 de setembro, foi regado todos os dias até à colheita, que teve lugar no dia 17 de novembro. Depois de malhado e sedento deu 19 quilos e 500 gramas de grão limpo e 75 quilogramas de palha mal seca.»

O teor “Quando, no Teixoso, se produziu arroz” aparece primeiro em Jornal Notícias da Covilhã.

Manadeira: https://noticiasdacovilha.pt/quando-no-teixoso-se-produziu-arroz/

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