São precisas casas e espaço para pôr “Caravela” a navegar
3 min readFoi apresentado a 20 de outubro de 2023, com pompa e estado, e até contou com a presença da logo ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que dizia ter ficado “agradavelmente surpreendida com a seriedade com que estão no processo”. O projeto “Caravela Do dedo”, que envolve várias empresas portuguesas e brasileiras, visava produzir em Belmonte uma espécie de “cidade do dedo” e representa um investimento de tapume de 45 milhões de euros.
Porém, desde logo, pouco ou zero se soube deste horizonte pólo de inovação do dedo, que também aguardava pela futura Superfície de Guarida Empresarial a erigir em Maçaínhas, que também ela ficou, para já, na “gaveta”. É que o projeto, segundo Adriano Dias, um dos empresários brasileiros que esteve em Belmonte na apresentação do mesmo, pretendia ocupar os 23 lotes daquele novo espaço empresarial de 7,6 hectares, criando ali uma espécie de “cidade tecnológica” em que, além da incubação de empresas, funcionarão empresas de informática, tecnologia, software e outras, e em que toda a restante extensão será ocupada por serviços (farmácia, lojas, etc), um meio de congressos, universidade, escola, creche, espaço desportivo, ciclovia e até um mini-rail. “Belmonte tem uma posição estratégica importante, ficando no meio de cidades uma vez que o Porto, Lisboa e Madrid. Maçaínhas, sendo um lugar que sofre com a desertificação, não podia ser o melhor sítio para situar o meio, tendo também em conta a proximidade da A23” frisava.
Segundo o presidente da Câmara de Belmonte, António Dias Rocha, a autonomia tem “reunido com as empresas, estamos a tentar ser atrativos”. Porém, há para já dois obstáculos: além de ainda não estar no terreno a novidade extensão empresarial, Belmonte debate-se com a falta de habitação. “Para cá ter empresas com gente novidade, temos que ter casas, que nos faltam. Estamos a trabalhar nisso. A Caravela Do dedo está a marchar, mas é sempre preciso alguma cautela com os empresários brasileiros. Estamos a falar de empresas para as novas tecnologias, que terão cá gente a trabalhar para o mundo inteiro” lembra o autarca belmontense. António Dias Rocha, porém, recorda o caso da Wit Software, que se fixou em Belmonte, para onde trouxe técnicos brasileiros, mas em que a falta de casas tem sido tropeço. “A empresa ainda cá tem 15 funcionários. Vêm, trazem a família e têm que ter onde viver. E não é fácil reparar habitação cá” lamenta.
O NC, por escrito, contactou algumas das empresas brasileiras que fazem segmento do projeto, para saber do curso do mesmo, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.
Na profundeza, Ana Abrunhosa aconselhou os envolvidos a “trabalhar já” uma vez que um projeto destes, “a cinco anos, é muito ávido, mas pode ser conseguido em sete. No Interno, para restaurar vida, são precisas empresas. Temos que agora ir cortando o “elefante” em fatias, e temos que responder rapidamente aos empresários. Porque se zero intercorrer, vão embora” recordava a ministra.
Segundo os promotores, o que se pretende é produzir “um ecossistema de inovação, no Interno do país, que fomente a atração de empresas, ideias, talentos, com o intuito de liderar o desenvolvimento de tecnologias avançadas”, alavancando o prolongamento sócio-económico de toda a comunidade e do País. Aliás, pretende-se atrair técnicos qualificados, nomeadamente do Brasil, para trabalharem em Belmonte, ajudando assim a combater o maravilha da desertificação.
“Será um polo de desenvolvimento com empresas já com provas dadas e com muitos funcionários no Brasil. Belmonte não é uma ilhéu e também os concelhos vizinhos poderão beneficiar. O problema é que não temos casas para albergar gente que venha do Brasil. Temos que restaurar algumas e possivelmente erigir mais” afirmava já logo Dias Rocha.
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