“Um aumento de propinas traria consequências graves para os alunos”
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Depois de um primeiro procuração, decidiu seguir para um segundo e foi eleito. Qual a razão que o levou a querer liderar a AAUBI de novo?
O primeiro procuração foi um período desafiante, mas também muito enriquecedor. Conseguimos concretizar vários projetos e tutorar os interesses dos estudantes da UBI, mas percebemos que ainda há muito por fazer. Acredito que a ininterrupção é necessário para que as mudanças tenham um impacto perdurável, e foi essa vontade de solidar o trabalho iniciado que me levou a seguir para um segundo procuração. Queremos substanciar a relação entre os estudantes e a liceu, prometer melhores condições de ensino e asseverar que os desafios que enfrentamos, porquê a acessibilidade económica ao Ensino Superior, sejam tratados com a seriedade necessária. Outrossim, senti que a crédito da comunidade académica na nossa equipa se manteve possante, e isso deu-nos ainda mais motivação para continuar.
Focou, na sua tomada de posse, a questão do descongelamento das propinas. O que defende nesse contextura?
O descongelamento das propinas é um retrocesso numa profundidade em que o Ensino Superior deveria tornar-se mais atingível e inclusivo. Durante anos, lutámos para que os encargos financeiros não fossem um entrave à formação dos jovens e conseguimos que as propinas fossem estabilizadas. Agora, com a possibilidade de um aumento, muitos estudantes poderão ver-se numa situação insustentável. O que defendemos é que o financiamento do Ensino Superior não deve recair sobre os estudantes, mas sim sobre um investimento público mais justo e adequado às necessidades das instituições. As universidades e politécnicos enfrentam dificuldades financeiras, mas a solução não pode passar por penalizar aqueles que mais precisam. Acreditamos que é provável encontrar alternativas, porquê o reforço de apoios sociais, maior investimento estatal e incentivos para que as universidades diversifiquem as suas fontes de financiamento sem recorrer ao aumento das propinas.
Teme que, no caso da UBI, o aumento das propinas aconteça, face ao subfinanciamento que a instituição sofre há anos?
Sim, é uma preocupação legítima. O subfinanciamento da UBI não é um problema novo – há anos que a universidade tem de gerir os seus recursos de forma limitada, o que afeta a qualidade dos serviços, das infraestruturas e da própria experiência académica. Um aumento das propinas pode parecer uma solução imediata para desapoquentar a pressão financeira da instituição, mas traria consequências graves para os alunos, mormente para aqueles que já enfrentam dificuldades económicas. O nosso compromisso é lutar para que isso não aconteça. Defendemos um reforço do financiamento público, que permita à UBI crescer sem comprometer o chegada e a permanência dos estudantes. Outrossim, queremos que haja mais transparência na forma porquê os fundos são geridos, para prometer que qualquer investimento feito tenha um impacto real na qualidade do ensino e na vida académica.
Defendeu “inovação” nos serviços aos estudantes. O que está pensado?
Queremos modernizar a forma porquê os serviços académicos funcionam, tornando-os mais acessíveis e eficientes. Um dos nossos objetivos é digitalizar vários processos burocráticos, para que os estudantes possam tratar de questões administrativas de forma mais rápida e sem complicações desnecessárias. Outrossim, estamos a trabalhar no reforço do esteio psicológico, criando novas formas de seguimento para os alunos que precisem desse suporte. A saúde mental tem sido uma preocupação crescente, e queremos prometer que nenhum estudante da UBI fica sem ajuda por falta de recursos. Outro ponto necessário é a empregabilidade. Pretendemos expandir parcerias com empresas e instituições para produzir mais oportunidades de estágio e facilitar a transição dos alunos para o mercado de trabalho. A universidade deve ser um espaço de aprendizagem, mas também de preparação para o porvir profissional, e é nisso que queremos apostar.
Quais são, hoje, os principais problemas que se colocam a um estudante da UBI?
Os desafios que os estudantes enfrentam hoje são múltiplos e complexos. O primeiro, sem incerteza, é a questão financeira – muitos alunos e famílias têm dificuldade em suportar os custos da instrução, seja por culpa das propinas, do alojamento ou das despesas diárias. Outro problema significativo é a falta de infraestruturas adequadas. Algumas salas de lição e laboratórios precisam de melhorias, e há uma premência de modernizar diversos espaços da universidade. Os transportes também são uma questão sátira. Muitos estudantes deslocam-se diariamente para a UBI e enfrentam dificuldades devido à falta de transportes públicos eficientes e acessíveis. A mobilidade dentro da Covilhã nem sempre é fácil, e isso afeta a vida académica. Outrossim, a questão da empregabilidade preocupa bastante os alunos. Muitos terminam os seus cursos sem perspetivas claras de trabalho na região, o que leva a uma grande transmigração de talento para outras partes do país ou para o estrangeiro.
Há alunos a despovoar o Ensino Superior, cá, por falta de verba?
Infelizmente, sim. Apesar dos apoios existentes, há estudantes que acabam por desistir dos cursos porque não conseguem suportar as despesas associadas. O dispêndio de vida aumentou e, para muitas famílias, ter um rebento a estudar numa cidade universitária representa um grande esforço financeiro. Esta situação é preocupante porque significa que estamos a perder talentos e a comprometer o porvir de jovens que, de outra forma, poderiam concluir os seus estudos e contribuir para a sociedade. Precisamos de mais apoios sociais, de um sistema de bolsas mais eficiente e de medidas que garantam que ninguém abandona o Ensino Superior por dificuldades económicas.
“Há quem tenha que trabalhar para remunerar a renda”
O alojamento é hoje um dos pesos maiores para as famílias terem alguém a estudar. Uma vez que está a situação na Covilhã?
A situação do alojamento na Covilhã reflete um problema que se verifica em muitas cidades universitárias: a oferta não é suficiente para a procura e os preços continuam a subir. Há estudantes que têm dificuldade em encontrar quartos a valores acessíveis, e as residências universitárias, apesar de importantes, não conseguem dar resposta a todos. Leste problema tem um impacto direto na vida académica dos alunos. Há quem tenha de trabalhar para remunerar a renda, comprometendo o tempo disponível para os estudos, e há quem simplesmente não consiga reparar um lugar para viver, o que leva a situações extremas, porquê despovoar o curso.
O que defende para fazer face à situação?
É fundamental que haja um investimento sério na construção e requalificação de residências estudantis, garantindo que mais estudantes possam ter chegada a alojamento a preços justos. Outrossim, as políticas de arrendamento para estudantes precisam de ser repensadas, com incentivos para os proprietários disponibilizarem quartos a preços regulados. Também defendemos que a UBI e a AAUBI trabalhem em conjunto para produzir novas soluções, porquê parcerias com alojamentos locais ou mecanismos de esteio direto aos estudantes que enfrentam dificuldades.
Que medidas têm ainda em carteira para leste procuração?
Para leste procuração, temos várias medidas focadas no bem-estar e no desenvolvimento dos estudantes da UBI. Em primeiro lugar, queremos melhorar a informação entre a AAUBI e os estudantes, garantindo que as suas preocupações são ouvidas e que há um diálogo crédulo e uniforme. No campo do esteio psicológico, uma espaço que consideramos fundamental, vamos intensificar os serviços de saúde mental, com o objetivo de prometer que todos os alunos tenham chegada a um seguimento psicológico adequado e sem obstáculos.
Um dos projetos mais relevantes que temos em carteira é a organização do Campeonato Europeu Universitário de Andebol 2025. Leste evento trará uma enorme visibilidade à UBI e à Covilhã, e será uma oportunidade única para envolver os estudantes na organização e no esteio aos atletas.
E que mais?
Outro grande foco da nossa atuação será nas Jornadas Pedagógicas, um evento que visa promover o debate e a reflexão sobre o Ensino Superior, abordando questões pedagógicas que afetam a nossa comunidade académica. Outrossim, queremos aumentar a oferta de atividades culturais e sociais, para que os estudantes tenham oportunidades de se envolver mais ativamente na vida da universidade, participando em eventos que reforçam o espírito de comunidade, porquê festas académicas, concertos e outras iniciativas culturais. Por termo, vamos também trabalhar para fortalecer a representação e o contacto com as diversas secções da AAUBI, de forma a prometer que todos os estudantes se sintam representados e que as atividades da Associação sejam cada vez mais inclusivas e descentralizadas. Estas medidas refletem o nosso compromisso com o bem-estar e a qualidade de vida académica na UBI, e acreditamos que, com elas, conseguiremos melhorar a experiência universitária para todos os alunos.
O que, em termos genéricos, acredita ser necessário para a UBI se declarar ainda mais no quadro vernáculo?
A UBI já tem um prestígio crescente, mas para se declarar ainda mais é necessário um investimento estratégico. A captação de mais estudantes, a geração de novas parcerias com empresas e a aposta na inovação e investigação são fundamentais. Outrossim, é necessário prometer um ensino de qualidade, com infraestruturas modernas e uma possante relação ao mercado de trabalho.
O teor “Um aumento de propinas traria consequências graves para os alunos” aparece primeiro em Jornal Notícias da Covilhã.
Natividade: https://noticiasdacovilha.pt/um-aumento-de-propinas-traria-consequencias-graves-para-os-alunos/