Adufeiras do Paul celebram aniversário com festa comunitária
3 min readAs Adufeiras do Paul completam vinte anos de existência e, para assinalar a data, promovem levante término de semana, entre sexta-feira e domingo, a primeira de duas residências artísticas com músicos convidados, que culmina com a realização de um espetáculo comunitário na tarde de dia 13, em lugar da vila a revelar.
Numa data redonda, o grupo regressa às origens, vinte anos depois a apresentação do primeiro espetáculo etnomusical, “Quina(s) da terreno”, para dinamizar o Sons da Ribeira, evento que, além de música, conta com círculos de trova, percursos pela paisagem, tertúlias sobre arte, cultura e património e um encontro anti-mineração, que inclui uma jornada pela paisagem da região e a reflexão sobre políticas extrativistas.
Junto à ribeira do Paul, durante três dias, para a geração comunitária, vão estar os músicos Teresa Campos, com a polifonia, Juan de la Fuente, com a percussão, e Tiago Candal, com o sanfona.
“Queremos olhar melhor para a ribeira e para as palavras. Usufruir da experimentação em conjunto. Queremos, tranquilamente, conviver e partilhar as identidades que temos nas múltiplas relações que se criam da nossa personalidade com a dos outros. Queremos dar vida à vida. Trazer venustidade à vida. Trazer alegria à vida. O espetáculo é um momento de performance final, incluído neste encontro multidisciplinar”, sintetizou, ao NC, JP Narciso, presidente da Morada do Povo do Paul, organização a que estão associadas as Adufeiras do Paul.
Segundo JP Narciso, os três músicos foram convidados para “ajudarem a exponenciar a originalidade do lugar” onde as Adufeiras gostam de estar juntas.
A opção por duas residências artísticas, a segunda promovida mais para o final do ano, teve uma vez que intenção comemorar o pretérito e festejar o porvir da etnografia.
Por um lado, comemorar “um tempo que reflete todo o trabalho etnográfico feito pelo grupo, não só de divulgação do nosso território e dos seus costumes, sem eiras nem beiras, mas também da geração contemporânea próximo à versatilidade que se manifesta fortemente no grupo”, referiu o presidente da Morada do Povo do Paul.
JP Narciso frisou que, por outro, se quis olhar para onde caminhar e projetar as circunstâncias e vontades das Adufeiras.
“Queremos festejar o porvir da etnografia, que tão muito se cruza com outras expressões contemporâneas. O porvir da memória coletiva e da valia da comunidade e do espaço público que se ocupa em coletivo”, acrescentou JP, fruto de Leonor Narciso, mentora das Adufeiras.
Assim, a segunda residência artística vai ser marcada pelo registo de novos formatos culturais e “de um lugar criativo que seja ponte entre o que sabemos e o que desconhecemos, mas que queremos testar”, antecipou o presidente da Morada do Povo do Paul. A dança será um desses elementos.
Fundadas há vinte anos, as Adufeiras do Paul são um grupo com um número variável de mulheres que se juntam para cantarem, tocarem e dançarem as tradições locais e usam instrumentos de trabalho para fazerem percussão, lengalengas, ditados e dizeres para o esquina.
“Levam a riqueza da sentença beirã aos cantos do país, e também até países vizinhos. São conhecidas pelas suas poupas de cabelo, saias rodadas de burel vermelho e amarelo e sacos grandes de farrapos onde levam os adufes, os seus membranofones famosos que ‘tocam com superfície’, algumas vezes enquanto cantam, outras enquanto dançam”, salientou JP Narciso.
O Sons da Terreno, além de um encontro de percussão e performance, pretende abordar outros domínios e fazer uma sarau, domingo, junto da comunidade do Paul.
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