Cinema fora do convencional no Fundão
3 min readSem competição. Sem festival. Sem prémios. Sem zebra vermelha. Ou seja, uns encontros de cinema fora do convencional. É isso que Mário Fernandes, do Cine Clube Gardunha, garante na iniciativa que arrancou esta quarta-feira, 28, e decorre até domingo, 1 de junho, no Fundão, e em que se dá destaque à obra do cineasta italiano Enzo Castellari.
Segundo a organização dos Encontros de Cinema do Fundão, a incumbência do Cine Clube Gardunha, esta é um evento de “encontro, na verdadeira aceção da termo”, assente “na partilha e não na competição”. Durante os dias desta iniciativa cruzam-se projeções de filmes, debates com a presença de autores, apresentações de livros e concertos.
Nesta 15.ª edição, o programa está centrado em retrospetivas, “não integrais, mas muito representativas das obras” de três cineastas “de diferentes geografias, estilos e gerações”: o italiano Enzo Castellari, o espanhol Pablo Garcia Canga e o português Pedro Ruivo. Está também prevista a antestreia do filme “Há uma sombra”, de Alejandro Pereyra, boliviano radicado no Fundão.
Mário Fernandes considera Enzo Castellari “o cabeça de edital” deste ano. O filme de Castellari “Keoma” é exibido no sábado, 31, às 17:00, seguido de um encontro com o realizador. Antes, às 15:00, os espetadores podem ver a “Escape from the Bronx”, também do italiano. Ainda de Castellari, na sexta-feira, 30, são projetados “The big racket” (15 horas) e “The inglorious bastards” (21:30).
De Pablo Carcía Canga foram selecionados “Por la vacía”, “La nuit”, “Tu tembleras pour moi” e “Las tiaerras del cielo”. “Também gostamos de mostrar o cinema contemporâneo, internacional, e vamos fazer uma retrospetiva do Pablo García Canga, que é um nome importante do cinema contemporâneo espanhol”, explica Mário Fernandes.
O terceiro realizador em foco é Pedro Ruivo, que foi assistente de realização de nomes uma vez que Manoel de Oliveira, Wim Wenders ou Werner Schroater. A película portuguesa de ficção científica “A força do atrito é exibida esta quinta-feira, 29, às 15 horas. “Temos também uma preocupação em relação à história do cinema português, que é dar a saber filmes soterrados, filmes mais invisíveis. Nascente ano vamos exibir um filme pouco visto, do realizador Pedro Ruivo, que foi um realizador importante até determinada profundeza e depois caiu um bocadinho no esquecimento”, sublinha à Lusa Mário Fernandes.
Os Encontros de Cinema do Fundão abrem com um concerto inspirado no universo punk de Castellari, com Miguel Newton, vocalista dos Mata Ratos, Marta Ramos, Gonçalo Batista e as bandas No No e Move. Outros realizadores, uma vez que Ronald Perrone, Santos Díaz, Júlia Betrian, Ángel Santos, André M. Garcia ou Manuel Mozos estarão também presentes no evento, para dialogarem num envolvente informal com o público e outros convidados. “O facto de não ser um festival convencional, não ter prémios, estar assente na partilha, no convívio, na invenção também do território, traz singularidade, diferença, porque normalmente os festivais estão muito formatados”, reforça Mário Fernandes.
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