Escritora Ana Maria Gonçalves se torna a primeira mulher preta a ingressar na Academia Brasileira de Letras

Nomeação histórica! A tarde desta quinta-feira, (10) ficará marcada para a escritora Ana Maria Gonçalves e todo o país. Com 30 votos, ela venceu a disputa e se tornou a primeira mulher preta a ocupar uma cadeira na Liceu Brasileira de Letras (ABL), que completa 128 anos leste mês.

Ana Maria foi eleita para a cadeira número 33. A escritora superou outros 12 candidatos, entre eles a também escritora Eliane Potiguara, que ficou em segundo lugar.

Mineira da cidade de Ibiá, Ana Maria Gonçalves tem 55 anos e é autora de obras importantes da literatura brasileira contemporânea. O romance mais sabido dela, Um Defeito de Cor, é uma verdadeira celebração da memória e da resistência do povo preto no Brasil.

Trajetória e representatividade

Antes de se tornar um dos nomes mais influentes da literatura vernáculo, Ana Maria trabalhou uma vez que publicitária. Mas foi na escrita que ela encontrou a missão e a voz. O livro Um Defeito de Cor, lançado em 2006, é considerado um dos mais importantes dos últimos 25 anos.

A obra conta a história de Kehinde, uma rapariga africana capturada e escravizada ainda párvulo, que enfrenta inúmeros desafios até invadir a liberdade e retornar ao país de origem. A narrativa é inspirada na figura histórica de Luísa Mahin, símbolo da luta negra no Brasil, e já foi premiada e celebrada por leitores, críticos e escolas.

Em 2024, o livro inspirou o enredo da escola de samba Portela, reafirmando o impacto da obra na cultura popular brasileira.

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Nomeação celebrada

Logo posteriormente o proclamação do resultado, membros da ABL celebraram a conquista uma vez que um momento de renovação para a liceu. A historiadora e escritora Lilia Schwarcz não escondeu a emoção:

“É um dia histórico. Ana Maria é uma pensadora pomposo e uma grande voz do feminismo preto. Sua ingresso na ABL é um presente para todos nós.”

O cantor e acadêmico Gilberto Gil também prestou homenagem à novidade colega: “Ana Maria representa variação, potência e vitalidade. Sua presença cá é uma bênção.”

Já o presidente da ABL, Merval Pereira, destacou o impacto da obra de Ana Maria:

“‘Um Defeito de Cor’ é um marco da nossa literatura. Ana não só merece estar cá uma vez que vai nos ajudar a simbolizar melhor o Brasil real — diverso, plural, referto de histórias potentes.”