Escultor Moreira Neves faleceu e deixa “marca profunda” no concelho

O estatuário José Moreira Neves, de 70 anos, residente há décadas na Covilhã, morreu na noite de domingo na sequência de um cancro que o debilitou nos últimos dois anos.

O velório e o funeral estão marcados para quarta-feira.

Nascido em Lisboa, Moreira Neves vivia na Covilhã, cidade onde tem várias peças da sua autoria no espaço público, porquê “Pi”, no Jardim do Lago, e “O gritador”, no Jardim da Goldra.

“As árvores que não são de cá”, no Tortosendo e “Tu e eu”, em Cortes do Meio, são outras obras expostas no concelho.

Moreira Neves foi aluno de Alberto Carneiro e João Dixo, mais tarde tornou-se animador cultural e também se dedicava ao design de equipamentos e utensílios em pedra e metais.

O estatuário participou em várias exposições coletivas e em nome próprio, em várias galerias do país.

Os trabalhos “A vaga”, em Aveiro, “O cesteiro”, em Gonçalo, Guarda, “Homenagem ao comendador”, em Manteigas, ou “Mares”, em Belmonte, são outras peças que podem ser vistas no espaço público.

“As suas convicções fora da formosura convencional, e embora sendo portadoras de qualquer minimalismo, transmitem uma sonância de afetos, demonstrando a verdadeira psique do artista, emocionada e vibrante”, é descrito na página de apresentação do artista.

A Câmara da Covilhã, em expedido, manifestou o seu “profundo tarar” pela morte de Moreira Neves e destacou a “marca profunda” deixada “pelas suas qualidades pessoais e pela obra que está presente em vários pontos da cidade e do concelho”.

O Sindicato Têxtil da Extremo Interno, a quem Moreira Neves ofereceu uma estátua, exposta na sede da Lar Sindical, na Covilhã, destacou a “figura incontornável das artes e da cultura da região”.

“Endereçamos os nossos sentimentos e despedimo-nos deste importante estatuário e artista com um até sempre”, referiu a organização sindical.

A União de Freguesias da Covilhã e Canhoso enalteceu “as virtudes humanas e sociais” do artista.

“É um dos mais famosos escultores do nosso país, deixou a sua marca na cidade, com a elaboração de diversos trabalhos, com destaque para ‘A moçoila deitada’, que pode ser apreciada no Jardim do Lago, ou ‘O gritador’, na Ponte Vítima-in-Pescoço”, acrescentou a autonomia.

Um dos dois filhos do estatuário, Gonçalo, informou que Moreira Neves morreu na noite de domingo no Hospital do Fundão, onde se encontrava internado.

O velório está marcado para quarta-feira, a partir das 09:00, no Meio Funerário Moreira, e o funeral realiza-se no mesmo dia, posteriormente o qual o corpo segue para o Crematório de Forte Branco, pelas 16:00.

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