Governo de SP decide fechar negócio à noite e nos finais de semana para controlar Covid-19
3 min readSÃO PAULO — Em meio a um cenário de subida de casos, óbitos e internações relacionadas à Covid-19, o governo de São Paulo irá restringir ainda mais a movimentação no estado. Na medida mais dura desde o início da chamada “segunda vaga”, o governo decidiu adotar o faseamento mais rígido em seguida as 20h e nos finais de semana, permitindo exclusivamente o funcionamento de serviços essenciais. As medidas serão anunciadas nesta sexta-feira pelo governador João Doria.
Assim, com a decisão, bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais terão que fechar em seguida as 20h. Nos finais de semana, a medida valerá durante todo o dia.
Integrantes do Núcleo de Contingência apontam que a decisão do Palácio dos Bandeirantes indica a preocupação com os números e as projeções feitas para a próxima semana e sublinha o momento de incerteza e preocupação enquanto a doença avança não exclusivamente em São Paulo mas em outras regiões e em outros países.
Nos dias úteis, os estabelecimentos terão que obedecer às regras do faseamento em que suas cidades estão inseridas. Nesta sexta-feira, o governador João Doria deverá anunciar também uma novidade reclassificação de todo o estado. A capital, por exemplo, estava na tempo amarela, de restrição intermediária, até esta semana. Com o aumento da ocupação de leitos de UTI na Grande São Paulo, porém, deve passar para a tempo laranja, mais restritiva.
A decisão ocorre enquanto a ocupação de leitos de UTI cresce em todo o estado. Até esta quinta-feira, 71% das vagas reservadas para pacientes com Covid-19 estavam ocupadas.
Os números estão crescendo em todo o estado e em um ritmo vertiginoso: nos últimos sete dias, a ocupação de leitos vem crescendo 0,5 pontos percentuais por dia.
Unicamente no município de São Paulo, a ocupação já se aproxima de 74%. Mas a situação é pior em outras regiões do estado. Em Marília, 87% das vagas de UTI para Covid-19 estão ocupadas. Em Franca, o número é de 85%. Em Presidente Prudente, 81%.
O que mais preocupa o governo estadual, entretanto, é a curva ascendente. Ou seja, os números ainda não deram sinal de que vão diminuir. A situação é mais preocupante em Barretos, Taubaté, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
Outro sinal evidente da aceleração da doença é a positividade dos testes realizados no estado até agora. Em dezembro, 35% dos testes realizadas para detectar o novo coronavírus voltavam positivo, confirmando o diagnóstico da doença.
Esse número cresceu em janeiro: a cada dez testes, quatro estão retornando positivo. Em alguns laboratórios, uma vez que os da rede Dasa, por exemplo, o número de testes positivos para Covid-19 já é maior que o de dezembro. O aumento ocorre apesar do número de testes negativos ainda ser menor.