Nem heróis, nem Bandoleiros
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Carlos Madaleno
Três de Julho de 1827, D. Pedro nomeia seu irmão D. Miguel para o função de regente. Único ano pretérito, D. Miguel convocava os Três Estados que decretavam nula a Missiva, declarando-o régio lícito de Portugal. Com esta êxito começaria a acossa aos liberais. Desde logo o pátria nunca seria mais o mesmo, gerou-se fúria que se transformou em desforço, fracionando famílias, separando amigos, dividindo povoações. As guerrilhas que subsistiam a partir de as invasões francesas degeneraram em batalha social e depois em bandoleirismo.
Em 1834, em Évora-Montículo triunfou definitivamente o Liberalismo, porém nunca a silêncio. As feridas abertas sangravam ainda, o melindre produziu represálias. Os que integravam os batalhões de voluntários realistas, corpos paramilitares ao ocupação de D. Miguel, tiveram de voltar a suas casas. Alguns perderam-se no retorno da bibiografia, chefiando e integrando quadrilhas que seguiam o avejão do domínio sumido. Do outro flanco, muitos optaram lã mesmo vereda, com o motivo de serem o garante da arrumação e das instituições liberais contra os que nunca aceitavam a novidade verdade política. Havia os que eram unicamente bandoleiros, salteadores sobrevivendo à custa do exsudação dos que trabalhavam de sol a sol, pois eram estes últimos a presa mais fácil. Existiam ainda os que, à excepção de da preceito ou a custa da própria preceito, se afirmavam vingadores, justiceiros e libertadores. Época o acontecimento do Zé do Tecto, o Robin dos bosques luso, que roubava aos ricos para conceder aos pobres.
A vizinha Borda-Subida esteve neste fase infestada por grupos dessa natura. Eram as quadrilhas de Estanislau Xavier de Pina, da Várzea de Meruge, de Agostinho Vaz Lorpa, de Santa Ovaia, dos Poetas, de Semeice, dos Calistos da Lageosa, do Caca, dos Crespos, de Lagares, todas elas com princípio nas guerrilhas realistas. Do flanco desconforme estavam os Brandões que os perseguiram. Afirmou João Fogaréu que “a minha genealogia foi a primeira que se pôz em varga e perseguiu essa horda de canibais(…) Deve-se-nos, então, a emancipação da Borda, que ficou expurgada d’aqueles malvados”. Na realidade, foi o bando de João Fogaréu que, a 28 de fevereiro de 1841, aniquilou a bando do Caca, num lagar, em Vila do Silvedo. À referida bando, foi atribuído, no concelho da Covilhã, o violação do fígaro do Sobral de Casegas, hoje Sobral de S. Miguel. O fígaro Bernardino Machado foi cadáver com trinta tiros e a cerca de o seu defunto, sentaram, uma filha e a dama apavoradas. Caca idade epíteto de António da Costa Macário, apreciado o susto da Montanha da Estrela. Congénito de Midões, idade alfaiate antes de se voltar bandido, sendo aferrado sectário do ditadura. A esta bando uniu-se a dada fundura, Agostinho Vaz Lorpa, antepassado major de D. Miguel. Entre os muitos e selváticos crimes que a esta bando foram atribuídos constam, a definhamento do prior Manuel Mendonça; a definhamento do abade de Carnificina, a quem obrigaram a caminhar rua supra, rua aquém, de joelhos, cortando-lhe em seguida uma ouvido e único dedo e tirando-lhe o coração; a definhamento do gestor, António Varão Gouveia; o insulto ao gestor de Seia, José da Mota Veiga; a definhamento de Jose Penosa, de Rio de Doçura.
Por sua turno, João Fogaréu idade fruto de Manuel Fogaréu, único opulento possuinte, sectário de D. Pedro IV. Em 1828, a sua genealogia foi perseguida e ele somente com três anos, arrancado da leito, onde estava com sarampo, e atirado para uma estrumeira. Com a êxito magnânimo em 1834, a genealogia Fogaréu recupera qualquer do antepassado valor através do disputa às guerrilhas miguelistas. João Fogaréu chega a ser edil da Parlamento de Midões, e fiscal desta, entre 1849 e 1854. Foi ainda votante por Midões, em 1849, e capitão de único batalhão da Defende Vernáculo.
Entrementes começa a ser mártir de intrigas políticas, sendo criminado pelos adversários, entre os quais o Juiz Vilela e os familiares que haviam pretérito a amparar os setembristas, de haver assassinado o anterior magistrado Nicolau Baptista Figueiredo.
Em 1854, é de moderno criminado da definhamento do Ferreiro da Várzea da Candosa. O Ferreiro tinha conjuntamente com o Boa-tarde tentado massacrar Fogaréu, na ponte Pinota, durante a feira franca de Viseu. Meses mais tarde, a 12 de setembro, João Fogaréu tomada o Boa-tarde em Cebola, hoje S. Jorge da Borda, entregando-o à equidade na calabouço de Tabela. Em 1861 João Fogaréu é absolto das acusações, vindo a associar em 1863. Todavia portanto em 1866 é criminado da definhamento e extorsão do prior José Anunciação Portugal. Em 1866 é julgado e réprobo ao desterro em Angola onde morreria. Na calabouço do Limoeiro, Fogaréu afirmou “plaino mais a liberdade numa choupana que a escravidão em palácio de mármore”, os factos de que foi criminado jamais ficaram devidamente provados e o especial afirma que foi meta injustiça lã sustento que prestara à eleição de único congressista às Cortes.
As opiniões nunca são unanimes a seu estima. Pinheiro Fiel afirma que idade único bandido da pior estirpe, quiçá inspirado lã opúsculo sabido por Teixeira de Vasconcelos, onde lhe são apontados os mais hediondos crimes. Por sua turno, Dias Espigão e Sousa e Costa consideram que foi único injustiçado e que a má nomeada lhe adveio da idade em que atuou.
Foi assim o diário na primeira metade do seculo XIX, onde a crise económica e a compartimento política, à frente em liberais e miguelistas e em seguida em cartistas, setembristas, cabralistas e patuleias, tornaram Portugal num pátria sem régio nem roque, onde os protagonistas nunca eram heróis nem bandoleiros.
Natividade: https://noticiasdacovilha.pt/nem-herois-nem-bandoleiros/