Romance da SIC filmada em Belmonte

Estreou em junho, na SIC, está em exibição, e lá para janeiro do próximo ano, terá no seu cenário Belmonte. A romance “A promessa” passou, na semana passada, durante quatro dias pela localidade, onde a SP Televisão realizou filmagens, aproveitando alguns locais mais emblemáticos da vila.

“Temos tentado sempre mostrar um bocadinho mais de Portugal em todas as novelas. Ciclicamente vamos fazendo saídas, com histórias paralelas à trama. Desta vez surgiu-nos a possibilidade de Belmonte, por vários contactos de produção. Que estariam interessados em receber-nos” explica Francisco Barbosa, diretor de produção da SP Televisão, que adianta que no caso belmontense, “ao contrário de outras novelas”, é mesmo a história principal da trama que foi cá rodada, com alguns dos principais protagonistas.

É o caso de Sofia Alves, atriz muito conhecida do grande público, que na romance desempenha o papel de Maria, uma empregada que vê a sua filha, Verónica (Joana Ribeiro), estar prometida ao sobrinho de uma família toda poderosa (Miguel, interpretado por João Catarré), os Fontes Morais. Isto depois de dramas que fazem com que Miguel fique paraplégico. Maria é uma mulher transmontana, viúva, com dois filhos, que trabalha para a família poderosa em Sintra. “Esta é uma romance dramática, com contornos clássicos. Uma mãe de família que se atravessa pelos filhos, que se anula muitas vezes no meio de tantas coisas em prol da família. Uma mulher de garra, que defende porquê nunca os valores, e que vai tendo imensos desafios. Uma mulher de silêncios, de fé” explica a atriz, que afirma que filmar em Belmonte foi uma supimpa experiência. “A romance tem uma projeção muito grande e nós, cá em Belmonte, sentimos isso. As pessoas que participaram sentiram-se próximas de nós. Ter o feedback do público e poder trabalhar em conjunto é maravilhoso. Senti-me muito honrada” garante depois de contracenar com alguns figurantes locais.

Sofia Alves, apesar de morar a pouco mais de uma hora da vila (Viseu), admite que não conhecia Belmonte. “Não conhecia, mas já estava há muito tempo nos meus planos. Foi em trabalho, e tenho esta sorte de estar a ser muito recebida. Já está tudo programado para cá voltar, para fazer uma visitante turística e de lazer. Estou a apaixonar. É uma vila maravilhosa, histórica” assegura, apesar de exclusivamente ter tido tempo para visitar o Museu Judaico. “Não houve tempo para muito mais. Ainda não consegui ver a sinagoga, mas visitei o Museu e adorei. Sabia que tinham recebido aquela Torá, incrível, e foi muito bom ver de perto uma peça tão antiga, que veio de Jerusalém. Tinha conhecimento da história dos judeus cá, da relação ao Brasil. Porquê não havia de saber? Faz segmento da nossa história, é obrigatório saber” afirma, lamentando nunca ter tido uma visitante de estudo a tivesse trazido a Belmonte, mas aconselhando escolas a fazê-lo. “Sem incerteza nenhuma, é uma vila a recomendar”.

Joana Ribeiro (Verónica, a filha de Maria), também nunca tinha estado na Localidade Histórica. “Fiquei muito contente por saber que vínhamos cá gravar. E a saber um pouco mais de Belmonte desde que cá estou. Achei uma zona belíssima, gostei imenso da vila, muito formosa. As pessoas são muito simpáticas. Explicaram-me a relação dos judeus à vila, que se tornou uma zona segura para eles. Foi ótimo conviver com figurantes de cá” assegura. Joana explica em que contexto surgirá Belmonte no contextura da romance “A minha personagem é muito solitária, muito mal-educada e rebelde. Uma miúda mimada, que prenhe, vem para Belmonte, pois a mãe decide enviá-la para cá, para que se acalme um bocadinho. Voltando às origens, a uma zona mais pacata, mais tranquila. Longe da cidade. Mas está enganada” diz a atriz, que promete também tornar. “Tenho muita vontade de voltar, com tempo, para passear, fazer as caminhadas. É muito difícil ver os sítios quando estamos a gravar. São muitas horas, começamos às 8 e acabamos às 6 da tarde. São poucas as pausas entre cenas que nos deem a possibilidade de saber os locais” admite.

Francisco Barbosa garante que se tenta descrever “boas histórias”, tentando também “juntar o melhor de Portugal”. A produção costuma contactar autarquias, para saber se querem receber estas novelas, e no caso belmontense, a recetividade foi totalidade. “Tivemos muita recetividade, fomos muito muito tratados. Desde o princípio que as pessoas de cá têm interagido connosco. Em quatro dias, toda a equipa se integrou perfeitamente com as pessoas de cá. Na figuração, tentamos ter sempre o supremo de pessoas da terreno, e também vamos tentado ter gente das localidades para pequenas participações” explica. Francisco já conhecia a vila, tal porquê quem escreveu a história, Inês Gomes e Cândida Ribeiro. “Não precisaram de vir cá. Uma das partes, a Torre de Centum Cellas, felizmente foi reabilitada, mas infelizmente para a história já não fazia tanto sentido estar lá. Mas esta é uma terreno muito conhecida e lindíssima.”

A Promessa é a 36ª romance da SIC e conta, no seu elenco, além dos nomes já referidos, com Lourenço Ortigão, José Wallenstein ou Custódia Gallego, entre outros. A realização é de Joel Monteiro, Jorge Queiroga, Ricardo Inácio e Tiago Marques.

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