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Covilhã: o problema da habitação - Mundo News
4 de Junho, 2025

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Covilhã: o problema da habitação

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António Rodrigues de Assunção «Terra, Trabalho e Tecto»: eis, para o Papa Francisco, as bases fundamentais de uma Política Social para os nossos dias. Nesta política,...

António Rodrigues de Assunção

«Terreno, Trabalho e Telhado»: eis, para o Papa Francisco, as bases fundamentais de uma Política Social para os nossos dias. Nesta política, se a terreno traduz, no projecto simbólico, a natividade geradora do pão e do iguaria a que todos os seres humanos têm recta inalienável porque destinados à manutenção física da vida e o trabalho surge, em todas as suas dimensões, porquê o treino activo da geração de riqueza que deverá ser justamente distribuída por todos, já o telhado, nesta simbólica do ex-Pontífice, representa a morada, a morada individual ou da família, onde todos e cada um se reúnem, se juntam em partilha. Sem morada, sem habitação, os homens e as mulheres e as crianças, não sobrevivem, ou, se sobrevivem sem abrigo, vivem sem distinção. A morada, a habitação, é o lugar por primazia do varão, espaço de repouso, de convívio familiar, aí onde se desdobram as fiadas da vida, onde se tecem os fios da memória, da realização do ser de cada um. Sem morada, não há vida humana, em sua origem. Eis porque o chamado problema da habitação, que também é global em nossos dias, aliás foi-o sempre, sobretudo a partir da 1.ª Revolução Industrial, toca de muito perto nos Direitos Humanos. Ter uma morada é um recta. E está na nossa Constituição. Mas, para mal nosso, trata-se de um recta por satisfazer.

Na Covilhã também está por satisfazer, está longe de estar cumprido. Não é que faltem planos, estratégias, cartas locais, muitas ARUS… Não é que se negue que um pouco já foi feito e outro um pouco está em projecto. Falta satisfazer. E nascente texto meu, mais do que um apelo, é um repto e mesmo um aviso que enuncio assim: a solução deste nosso problema do nosso concelho deve indicar para uma meta de realização e esta é: os quatro anos do próximo procuração. Trata-se de um problema de cultura, neste século XXI que já está a passar do seu primeiro quartel. A habitação tem de constar em todos os programas eleitorais. Mas porquê compromisso! Para que depois sejam pedidas contas. Não pode limitar-se a uma repetição exaustiva, sempre repetida em cada ciclo eleitoral: «A habitação é um recta de todos!, bla, bla, bla…».  Deixem-se disso, senhores candidatos, estudem afincadamente o problema, vão ouvir e ver (mais do que falar e entregar papéis) as pessoas sem morada ou a viverem em casas onde não entra o sol e o ar puro, as pessoas que passam 30 dias por mês a pôr de lado euro a euro para angariarem, sabe-se lá porquê, as centenas de euros com que liquidam a renda. Essas pessoas, pais e mães de família, jovens casais, que se amontoam (sim, é verdade!) em quase cubículos sem conforto, sem aquecimento no Inverno e sem alegria, sem folga. Senhores candidatos – e já agora quero também dirigir-m a um ou a outro que têm os nomes na lista não para servirem as causas nobres da política, mas para imporem perversamente que o seu envolvimento na política é uma hipocrisia, um mero acto de oportunidade de quem há muito vive do próprio mito que criou e outros alimentaram, que não passa de um serviço ao seu ego desproporcionado, asseveração de vaidade, do velho e revelho prazer de vencer nascente ou de o arrumar…

Porque o problema da habitação no nosso concelho – que afecta, em quantidade e em qualidade, os jovens que querem constituir família e ter filhos ( e que não querem homiziar – isso mesmo, os talentos de que tanto falais! ); que afecta famílias inteiras de imigrantes que acolhemos e que gostam de nós; que afecta minorias étnicas muito identificadas; estudantes universitários que desistem dos seus sonhos, sabeis porquê?; que agrava o viver de muitas famílias que, vivendo numa morada, vivem tão sem conforto e sem condições dignas porque, porquê sabeis, senhores candidatos, não dispõem de meios para remunerar a renda de uma morada com outras condições. As tais rendas acessíveis! Esse é, entre outros aspectos, o problema da habitação em Portugal e na Covilhã. Mas, para o conhecerdes na sua veras nua e crua,  senhores candidatos e candidatas, têm de fazer, pelo menos duas coisas: estudar o documento chamado “Estratégia Municipal de Habitação” e um outro classificado porquê “Missiva Sítio de Habitação na Covilhã”, nascente último elaborado por uma entidade independente e credível, onde está tudo o que é preciso saber sobre tal problemática; depois, e talvez o mais importante, devem encher-se de coragem, dar tempo, e disporem-se a ir …ver, ouvir mais do que falar ou entregar toneladas inúteis de papéis. As pessoas não ligam zero aos papéis! Mudem de paradigma, senhores candidatos: pratiquem a proximidade, ontem, hoje e amanhã e não unicamente nas campanhas barulhentas que por aí fazem. Oiçam as propostas das pessoas, olhos nos olhos…não tenham susto! As pessoas querem uma morada, um telhado, porquê pregava Francisco, um Papa tão querido, tão elogiado …depois de falecer! (porquê Luís de Camões, que vivia numa espelunca de um bairro de Lisboa, que, se calhar nem podia remunerar porque a “tença” que lhe fora atribuída pelo Rei Sebastião, vitalícia, ao que parece nem sequer lhe chegava às mãos…Grande mas pobre Camões, que se cá voltasse perguntaria entre espanto e dor: “isto, pretérito quase meio milénio, ainda existe na minha Pátria!”

Estudem, leiam, vão ver e ouvir «in loco», com regularidade e não unicamente na «caça ao voto»! Porque, para se saber alguma coisa, senhores candidatos, é preciso «passear e ler». E, infelizmente, lê-se cada vez menos…tirando através das “Tuitadas” na “X”.

O teor Covilhã: o problema da habitação aparece primeiro em Jornal Notícias da Covilhã.

Manancial: https://noticiasdacovilha.pt/covilha-o-problema-da-habitacao/

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