Fumo, cinza, estradas fechadas e uma morte no fogo da Covilhã
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É a última informação solene da Câmara da Covilhã, em expedido, esta segunda-feira, 18, às 10:30 da manhã: devido às frentes de queimação que lavram no concelho, foram encerradas ao trânsito as estradas nacionais 230, entre Unhais da Serra e Pedras Lavradas, a estrada municipal 512, entre São Jorge da Extremidade e Silvares (Fundão), e a estrada municipal 514 entre Navio e Silvares.
A autonomia adianta ainda que as estradas que se encontram transitáveis apresentam muitos detritos provenientes do combate ao queimação, além da reduzida visibilidade provada pelo fumo intenso. “Reitera-se, por isso, o apelo a que a população não realize qualquer movimento que não seja estritamente necessária e solicita-se a todos os automobilistas que não possam evitar essas viagens que conduzam com a máxima prudência” frisa.
Ontem à tarde, uma frente de queimação de Teixeira (Seia) passou as Pedras Lavradas e progrediu “com grande violência na direção da anexa de Trigais, freguesia da Erada”, pelo que a autonomia procedeu ao confinamento de Trigais e a cortou, logo, a vernáculo 230 entre Erada e Trigais. Nessa profundidade, uma outra frente de Meãs (Pampilhosa da Serra) progredia em direção a São Jorge da Extremidade e registavam-se reativações na encosta do Sobral de São Miguel. A Câmara da Covilhã, por prevenção, instalou uma novidade Zona de Concentração, Proteção e Suporte à População na Escola do Paul, mantendo a da Escola Básica de Povoação de São Francisco de Assis. Ao termo da tarde, porém, a situação piorou e a Câmara solicitou a todos os populares das freguesias do sul do concelho (Povoação de São Francisco de Assis, São Jorge da Extremidade, Sobral de São Miguel, Unhais da Serra, Casegas, Ourondo, Cortes do Meio, Erada, Paul, Dominguizo, Navio, Coutada, Peso, Vales do Rio e Tortosendo) que se mantivessem em confinamento nas suas freguesias, escolhendo um sítio seguro para permanecer.
Já esta madrugada, pelas 5:30, em expedido, a Câmara alertava a população de que o incêndio que se registava no concelho, estava “fora de controlo”, desenvolvendo-se numa dimensão muito extensa e a partir de duas frentes (Erada e São Jorge da Extremidade), pelo que se apelava a toda a população para que se protegesse. Perante a violência e rapidez das chamas, a autonomia dizia que “os meios são manifestamente insuficientes para acorrer a todas as necessidades e o dispositivo no terreno terá de ter uma vez que prioridade tutelar pessoas e habitações.”
Ontem à tarde, por volta das 19 horas, quando acudia às chamas na Quinta do Campo, Fundão, uma viatura dos bombeiros da Covilhã despistou-se, na zona de Povoação de São Francisco de Assis, com um dos soldados da tranquilidade a perder a vida na sequência do acidente.
Esta manhã, em expedido, a ministra da Governo Interna, Maria Lúcia Amaral, em nome do Governo, manifestava o seu tarar pela morte de Daniel Bernardo Agrelo, de 44 anos, a vítima do acidente de viação, “quando cumpria o seu responsabilidade, numa movimento para o incêndio”. “Em nome do Governo, o Ministério da Governo Interna dirige, neste momento trágico, uma termo de solidariedade e sentidas pêsames à família, aos amigos, à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã e a todos os bombeiros” salientava em expedido, onde expressava votos de “rápida e plena recuperação” aos outros quatro bombeiros que ficaram feridos no acidente. Chegou a circundar a notícia da morte de um segundo elemento, mas tal não se verificou, com esse bombeiro, em estado grave, a ser transportado para Coimbra, onde permanece hospitalizado.
Também a Câmara lamentava “com profunda consternação e tarar” o falecimento do bombeiro. E na sequência, decidiu legislar três dias de luto municipal, a partir desta segunda-feira. “Neste momento de grande consternação e dor, o presidente da Câmara, em seu nome pessoal e de todo o executivo, expressa os mais sentidos pêsames à família, aos amigos, ao Corpo de Bombeiros Voluntários da Covilhã e a todos os bombeiros e agentes da proteção social que continuam, neste preciso momento, a combater as frentes de queimação no concelho da Covilhã e em todo o País” salientava o expedido.
Já esta manhã, ao NC, Vítor Pereira relegava declarações para mais tarde, uma vez que estava agendado um briefing com a Domínio Vernáculo de Emergência e Proteção Social (ANEPC) para calcular a situação no terreno. Na Covilhã, e em toda a zona da Cova da Extremidade, existe uma densa mancha de fumo no firmamento, e imensas cinzas um pouco por todo o lado. Devido a isso, as piscinas municipais foram encerradas hoje em Belmonte e Caria, já que a chuva foi fortemente afetada.
No Fundão, também esta manhã, foi ativado o Projecto Municipal de Emergência e Proteção Social, um tanto que já tinha realizado no fim-de-semana na Covilhã. A autonomia fundanense, em expedido, justificava que os incêndios “de grandes proporções não dominados que lavram no concelho da Covilhã e que se encontram na iminência de entrar no concelho do Fundão, e do qual podem resultar danos para as populações, bens e envolvente, justificam a adoção imediata de medidas excecionais de prevenção, planeamento e informação.”
Segundo o site da ANEPC, às 11:15 estavam ainda ativos cinco incêndios de maior dimensão, no Piódão, Poiares, Mirandela, Sabugal e Tarouca.
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