O (DES) GOVERNO
3 min read
“Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa, nem se deixa governar”.
A frase é atribuída a Júlio César, imperador romano que terá encontrado por estas paragens uma indomável crença lusitana. Há também uma versão histórica que aponta na direcção de um tal general Sérvio Galba que por cá andava em missão de serviço, e que terá escrito ao seu patrão a queixar-se das dificuldades na conquista. Seja uma vez que for a teoria estava lá ainda Cristo não era nascido. Muito mais de dois milénio anos depois, continua muito presente. Mas há uma nuance fundamental. Não é o povo que não quer ser governado. Muito pelo contrário. A calcular pelos combates de retórica tidos nas últimas semanas pelos novos imperadores da política, são as gentes comuns que não encontram quem as queira governar. Não foi assim há tanto tempo que Portugal parecia estar no “bom caminho “. Foi em Novembro pretérito que o governo da fundura se entusiasmou com feitos próprios e, com a simpatia do maior partido da oposição, parecia capaz de bons voos. Eis senão quando a ave partiu uma asa, e veio por aí inferior espalhando-se ao extenso. E na rossio, a mamparra de olhos esbugalhados e de braços abertos indignando-se; “outra vez “?! É verdade. Estou a olhar para levante quadro ainda antes da apresentação da moção de crédito, uma vez que se ela fosse um oferecido adquirido.
É domingo, chove muito, tarda a calma. A situação diz que precisa de testar a crédito da oposição, e esta, aponta um único caminho provável. E não é o bom. Pelo menos para nós, que somos quem faz o país. A queda do governo não interessa a ninguém. Bom… talvez interesse a quem espera tirar dividendos, entenda-se votos e mais representação parlamentar com as eleições que se seguirão. Estou em crer, arrisco a certeza, de que nesse lote de esperançosos não se encontra o PS. Sobretudo levante, o de Pedro Nuno Santos, a quem tem parecido faltar carisma na liderança. Aquele sentimento do “todos juntos” está longe de espelhar veras. Oriente texto foi pensado, escrito e impresso na esperança legítima de que o Partido Socialista se abstivesse, e deixasse o governo ir pelo caminho que entendesse, remetendo para um sindicância parlamentar a dissipação das dúvidas relativas às actividades empresariais do primeiro-ministro. Insisto, creio que outro caminho terá um efeito boomerang nas hostes da principal força oposicionista, que enfrentará ventos contrários, e nesse sentido muita dificuldade em manter um voo seguro. Atentemos nas tendências. Até europeias. Nesta fundura, umas eleições legislativas podem revelar-nos, aos verdadeiros portugueses de muito, surpresas muito desagradáveis. Finalmente, o “Zé”, aquele a quem todos gostam de se guiar, desta feita não está virado para novo hiato. A mamparra cá do burgo quer tranquilidade e que os muitos problemas sejam resolvidos. Deixem-nos em sossego. Queremos ser governados!
O teor O (DES) GOVERNO aparece primeiro em Jornal Notícias da Covilhã.
Manancial: https://noticiasdacovilha.pt/o-des-governo/